Andy Murray: “Vale a pena continuar?”

Ben Solomon / Tennis Australia

O tenista britânico Andy Murray.

Tenista escocês está fora do Wimbledon. Ficou contente por ter voltado a jogar no mítico torneio mas deixou no ar a possibilidade de desistir do ténis, por causa dos problemas físicos constantes.

Andy Murray voltou ao torneio de Wimbledon, quatro anos depois da sua última participação. Ainda venceu dois jogos mas perdeu na terceira ronda: Denis Shapovalov ganhou em apenas três parciais, por 6-4, 6-2 e 6-2.

O escocês não foi além da terceira eliminatória mas, mesmo assim, este foi o seu melhor resultado num torneio Grand Slam nos últimos quatro anos. Em 2017, precisamente em Wimbledon, Murray chegou aos quartos-de-final; a partir daí já se realizaram 15 torneios de Grand Slam, Murray só participou em cinco e nunca tinha ido além da segunda ronda, até esta semana.

2016 foi o último grande ano para o antigo líder da tabela ATP. Nesse ano, Andy Murray foi campeão olímpico (já tinha sido em 2012), venceu o Wimbledon (a sua última conquista de um Grand Slam) e também chegou às finais do Open da Austrália e de Roland Garros.

No ano seguinte, 2017, as lesões apareceram e a sua carreira nunca mais foi de topo. Os problemas começaram num cotovelo mas foi a anca que o afastou dos campos durante mais tempo: já foi operado duas vezes e tem jogado pouco. Já neste ano lesionou-se também na virilha. Chegou a Wimbledon, em 2021, como o número 118 da tabela ATP.

Murray ficou muito contente por ter voltado ao torneio em Londres: “Foi genial voltar a jogar em frente a estes adeptos. Recebi um apoio incrível e estou muito agradecido. São estas coisas que nos fazem recordar porque temos todo este trabalho. A parte positiva é ir superando os jogos, sentir-me bem fisicamente e não me lesionar”.

No entanto, a luta contra as lesões já começa a desgastar o tenista escocês: “O que me dói é que, depois de trabalhar tanto nos últimos três meses, não joguei como queria e como esperava. Vale a pena? Todos estes treinos e tudo que estou a fazer no ginásio para melhorar o meu jogo e ganhar partidas, todo este trabalho…vale a pena?“.

“Parte de mim acredita que sim, porque guardo grandes memórias deste torneio, joguei em atmosferas mágicas. Mas quando o terminei este jogo (com Shapovalov), disse à minha equipa que não estava contente com a forma como joguei. Temos de encontrar uma forma de estar em campo constantemente e uma maneira de treinar aquilo que preciso para competir. Se não encontrarmos…teremos que falar sobre o meu futuro”, lamentou o bicampeão olímpico.

Denis Shapovalov segue para os oitavos-de-final em Wimbledon e o seu próximo adversário será Roberto Bautista Agut.

Nuno Teixeira, ZAP //

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