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Análise sanguínea pode revelar sinais de Parkinson 10 anos antes do diagnóstico

Segundo uma nova investigação, os sinais de autoimunidade podem aparecer nos pacientes com doença de Parkinson anos antes do diagnóstico oficial.

Há três anos, cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram a primeira evidência direta de que a autoimunidade pode desempenham um papel importante no aparecimento de Parkinson. A equipa não desistiu do trabalho e tem procurado mais provas de que o sistema imunológico contribui para o desenvolvimento desta doença.

O nosso corpo protege-nos recorrentemente de vírus, bactérias e células cancerígenas. No entanto, pode também confundir as nossas próprias células com células prejudiciais, e lançar ataques a órgãos e tecidos saudáveis. Este tipo de resposta autoimune pode desencadear doenças como a artrite reumatóide ou a esclerose múltipla.

Num artigo publicado em 2014, os cientistas descreveram, pela primeira vez, que os neurónios da dopamina são suscetíveis a ataques autoimunes. Por sua vez, a morte destes neurónios é central para o aparecimento dos sintomas de Parkinson.

Em 2017, a equipa mostrou de que forma uma proteína danificada, conhecida como alfa-sinucleína, desencadeia este processo, servindo como alvo para alguns tipos de células T, que são centrais para a resposta imune do corpo.

Nos pacientes de Parkinson, estas proteínas agrupam-se em células cerebrais que produzem dopamina, o que faz com que algumas células T confundam as células cerebrais com uma ameaça.

No trabalho mais recente, a equipa recolheu amostras sanguíneas de um grupo de pacientes com Parkinson e comparou as células T com as de um grupo de controlo composto por indivíduos saudáveis.

De acordo com o New Atlas, o tipo de células T que respondem à alfa-sinucleína é mais abundante quando o paciente é diagnosticado pela primeira vez com Parkinson. À medida que a doença progride, começam a desaparecer.

Num dos casos analisados, a análise revelou uma forte resposta das células T à alfa-sinucleína 10 anos antes do diagnóstico, com a atividade das células a desaparecer à medida que a doença progredia.

“A detecção das respostas das células T pode ajudar no diagnóstico de pessoas em risco ou nos estágios iniciais do desenvolvimento da doença”, disse Alessandro Sette, autor do artigo científico publicado no dia 20 de abril na Nature Communications.

ZAP //

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