Amor à primeira vista. Já se sabe onde Neandertais e Denisovanos tiveram os primeiros encontros

As alterações climáticas tiveram um papel fundamental no intercâmbio genético entre humanos arcaicos. Mas, afinal, quais foram os locais onde Neandertais e Denisovanos se encontraram pela primeira vez?

Um novo estudo, publicado na semana passada, no EurekAlert!, revelou que alterações na órbita da Terra em torno do Sol, ocorridas há centenas de milhares de anos, permitiram que Neandertais e Denisovanos tivessem relações sexuais.

De acordo com os autores do estudo, essas mudanças na trajetória cósmica propiciaram grandes alterações climáticas, que fizeram com que os nossos antigos “parentes” se expandissem e encontrassem.

É amplamente conhecido que, no passado, as várias espécies humanas interagiram umas com as outras. As consequências destes antigos encontros são visíveis ainda hoje nos genomas humanos modernos.

De acordo com IFL Science, os genes Neandertais compõem cerca de 2% do DNA de populações não africanas, enquanto as pessoas do sudeste asiático e Oceania partilham até 5% do seu genoma com os Denisovanos.

Para determinar quando, onde e como estas duas espécies humanas extintas se encontraram, os autores do estudo analisaram a idade e localização de 22 artefactos Denisovanos e 773 restos Neandertais.

Combinando estes dados com simulações genéticas e climáticas, foi possível mapear os padrões de distribuição das duas linhagens ao longo do tempo.

Afinal, onde se deram os primeiros encontros?

Os Denisovanos viviam em climas quentes e húmidos, no sudoeste da Eurásia. Por sua vez, os Neandertais habitavam florestas temperadas, no nordeste do mesmo continente.

No entanto, durante períodos interglaciais quentes, mudanças nos níveis de dióxido de carbono causaram grandes alterações na vegetação do Hemisfério Norte.

Isso levou à expansão das florestas temperadas para leste, criando corredores de dispersão para os Neandertais no território Denisovano.

“É como se as mudanças climáticas tivessem criado o palco para uma história de amor humana única e duradoura, cujos traços genéticos ainda são visíveis hoje” disse, ao IFLScience, o autor do estudo Jiaoyang Ruan.

Os investigadores identificaram zonas de contacto na Eurásia central, Cáucaso e nas cordilheiras Tianshan e Changbai. Também na região siberiana de Altai houve altas probabilidades de encontro.

Durante a investigação, foram rastreados cinco desses encontros na Sibéria, no período interglacial, entre 130 mil a 80 mil anos atrás. Um sexto encontro terá ocorrido um pouco antes no leste europeu.

ZAP //

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