O partido socialista espanhol (PSOE) fechou, esta quinta-feira, um acordo com os independentistas do Juntos pela Catalunha (JxCat) para a viabilização de um novo Governo de esquerda em Espanha. Oposição incentiva protestos nas ruas, onde ouvem vivas a Francisco Franco e à ditadura.
O acordo fechado pelo PSOE, liderado por Pedro Sánchez, e pelo partido do antigo presidente do governo regional da Catalunha Carles Puigdemont, deverá ser anunciado publicamente e formalizado esta quinta-feira, disseram fontes das duas formações citadas pelos meios de comunicação espanhóis.
Do acordo faz parte a amnistia dos envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha que culminou com uma declaração unilateral de independência em 2017, protagonizada por Puigdemont, que vive desde esse ano na Bélgica para fugir à justiça espanhola.
Puigdemont, que negociou este acordo com o PSOE, é um dos potenciais beneficiários da amnistia.
O que falta agora?
Na sequência das eleições espanholas de 23 de julho, o PSOE negociou acordos com partidos nacionalistas e independentistas catalães, bascos e galegos para conseguir a recondução de Sánchez como primeiro-ministro no parlamento.
Após o acordo anunciado com o JxCat, só falta confirmar um apoio à recondução de Sánchez o do Partido Nacionalista Basco (PNV, na sigla em castelhano).
A negociação com o partido de Puigdemont foi considerada a mais difícil do PSOE, uma vez que o JxCat votou contra a investidura de Sánchez na legislatura anterior, ao contrário das outras formações, que votaram a favor ou se abstiveram.
A amnistia é a exigência feita pelos partidos catalães para viabilizarem um novo Governo de esquerda em Espanha e também já tinha sido acordada, na semana passada, com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
Tumultos em Espanha
Milhares de pessoas voltaram na terça-feira a manifestar-se em Madrid e noutras cidades espanholas contra a amnistia de independentistas, com o protesto da capital a terminar com nova intervenção policial para dispersar a multidão.
As concentrações ao início da noite em frente de sedes do partido socialista espanhol (PSOE), atualmente no poder em Espanha, estão a ser convocadas diariamente nas redes sociais por grupos de extrema-direita e têm sido apoiadas pelo Vox, a terceira força política no parlamento.
Entre gritos e cartazes com palavras de ordem contra o Pedro Sánchez, os manifestantes têm também gritaram vivas ao ditador Francisco Franco e exibiram bandeiras espanholas do período da ditadura.
Segundo os serviços de emergência médica, 39 pessoas com ferimentos, 29 delas polícias, foram atendidas na terça-feira nas imediações da sede nacional do PSOE, na rua Ferraz, em Madrid.
Seis pessoas foram, por outro lado, detidas por desordem pública.
Na terça-feira, um grupo de mais de 500 pessoas deslocou-se também para as imediações do parlamento espanhol, tendo cortado a Gran Vía, uma das principais artérias do centro de Madrid. Após alguns minutos perto do parlamento, o grupo regressou à concentração em frente da sede do PSOE.
A manifestação foi dispersada pela polícia, por elementos de forças antidistúrbios, após pouco mais de duas horas de concentração, quando parte dos manifestantes já tinha abandonado o local e quando um grupo começou a atirar objetos às forças de segurança e a tentar forçar as barreiras que haviam sido colocadas na rua e os cordões policiais.
PP e Vox incitam contestação
O presidente do Vox (extrema-direita), Santiago Abascal, que, na segunda-feira, esteve numa concentração de Madrid, disse que o Governo ordenou uma carga policial perante uma manifestação “pacífica e legal” e pediu à polícia para “não cumprir ordens ilegais caso se voltem a repetir”.
Abascal prometeu na segunda-feira que as “mobilizações contra o golpe vão ser constantes e crescentes“.
Além do Vox, também na segunda-feira o presidente do Partido Popular espanhol (PP, direita) Alberto Núñez Feijóo prometeu contestação aos acordos do PSOE com os independentistas catalães, “com todos os recursos, em todas as instâncias e em todos os âmbitos”, incluindo nas ruas, e convocou manifestações em 52 cidades no próximo domingo.
Na terça-feira, o PP realçou, no entanto, que não está por trás das manifestações convocadas para as imediações das sedes do PSOE e Feijóo, apesar de culpar Sánchez pelo “mal estar social”, pediu protestos “com respeito e exemplaridade”.
ZAP // Lusa
O Caudillo Francisco Franco é ditafor…, mas Fidel Castro, Estaline ou o carniceiro-mor Xi Jiping, herdeiro de Mao, já não são ditadores? Onde está a honestidade e isenção dos jornalistas?
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