Amigo de Sócrates acusado na Operação Marquês ainda lucra milhões com o Estado

1

Luís Ruivo / Lusa

O empresário Carlos Santos Silva à chegada para o segundo dia de audição no Tribunal Central de Instrução Criminal.

Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates, acusado na Operação Marquês ainda lucra milhões com o Estado em contratos públicos.

Segundo a acusação do Ministério Público na Operação Marquês, Carlos Santos Silva terá dado um prejuízo de 3,3 milhões de euros ao Estado. Ainda assim, isso não o impede de continuar a celebrar contratos com dezenas de entidades públicas.

A empresa do amigo do antigo primeiro-ministro José Sócrates celebrou 104 contratos públicos desde o início da Operação Marquês e da prisão preventiva, no final de 2014. Uma grande parte desses contratos foi por ajuste direto e com municípios. Onze desses contratos, avança a TVI/CNN Portugal, foram celebrados ainda este ano.

Dois desses contratos são relativos ao passadiço no rio Seia, em Oliveira do Hospital, feito de betão e ferro, classificado como “o monstro” por um movimento cívico local. Os contratos com a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital foram celebrados por ajuste direto, em 2020 e 2021.

A obra ficou a cargo da Proengel – Projetos de Engenharia e Arquitetura, empresa de que Carlos Santos Silva detém 90% do capital. Os contratos com a autarquia foram assinados pela gestora Inês do Rosário, conhecida por ser companheira do amigo de Sócrates.

Pelas contas da TVI, o portal Base indica a existência, desde 2015, de 41 contratos públicos com a Proengel por ajuste direto, 27 depois de consulta prévia a um grupo restrito de empresas e 31 por concurso público.

No total são 104 contratos num valor total superior a 3 milhões de euros, além de dois negócios de quase um milhão de euros cada, onde a empresa do amigo de Carlos Santos Silva se apresenta em conjunto com outras empresas.

“A Proengel é uma empresa da área de arquitetura e engenharias que está no mercado há mais de 35 anos, a qual desenvolve, em particular, projetos de obra pública”, respondeu a empresa à TVI/CNN Portugal.

O empresário Carlos Santos Silva está também acusado por três por falsificação de documento e três por branqueamento de capitais, todos em coautoria com José Sócrates

Daniel Costa, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.