Tanto o Conselho de Arbitragem como a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol condenam as ameaças de morte ao árbitro Luís Godinho após o jogo entre Sporting de Braga e FC Porto.
As ameaças ao árbitro Luís Godinho e a familiares seus estão a ser tratadas “como algo extremamente grave”, informou esta quinta-feira o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“O Conselho de Arbitragem foi informado pelo árbitro internacional Luís Godinho da existência de ameaças, que também foram feitas a familiares, no seguimento do jogo desta quarta-feira à noite, em Braga”, referente à primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, entre Sporting de Braga e FC Porto (1-1), adianta o CA.
O CA revela também que nas últimas horas voltaram a ser disponibilizados nas redes sociais os contactos telefónicos dos árbitros, considerando que se trata de “um incitamento à violência e um insuportável atentado à privacidade e serenidade dos agentes de arbitragem”.
As sedes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, na cidade do Porto, e da Federação Portuguesa de Futebol, em Oeiras, foram vandalizadas com ameaças escritas nas paredes.
Em entrevista à Rádio Renascença, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, condenou as “situações recorrentes de ameaças e de invasão do espaço pessoal dos árbitros” que se têm verificado.
“Isto é de terceiro mundo”, atirou, repugnando este tipo de situações que “acontecem repetidamente no nosso futebol”.
Luciano Gonçalves reclama um esclarecimento público das regras para que “as pessoas percebam o que é transmitido aos árbitros” e defende uma intervenção urgente dos responsáveis da arbitragem nacional.
“É importante que os responsáveis da arbitragem expliquem duas coisas: qual é a indicação que existe para que aqueles lances sejam analisados daquela forma, e se assim for o árbitro esteve bem; ou explicar que as indicações não são essas, e aí o árbitro errou. É importante que o público em geral perceba quais são as diretrizes que os árbitros recebem do Conselho de Arbitragem, do IFAB, da FIFA e da UEFA”, defende.
“É importante falarmos mais”, acrescentou Luciano Gonçalves. “Qualquer ausência de informação faz com que as redes inflamem”.
Logo após o jogo das meias-finais da Taça de Portugal, o árbitro Luís Godinho recebeu ameaças de morte, disse esta quinta-feira à Lusa fonte do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.
Luís Godinho e a sua família “receberam ameaças de morte durante toda a noite passada, logo após o jogo em Braga”, disse a mesma fonte, explicando que as autoridades policiais foram de imediato avisadas e que a viagem do árbitro de regresso a casa foi monitorizada pela polícia.
O árbitro fará agora participação junto das autoridades, para tentar encontrar os autores das ameaças.
“FC Porto tem legitimidade para recorrer do vermelho”
Lúcio Correia, professor e especialista em direito desportivo, considera que o FC Porto “tem legitimidade para recorrer do cartão mostrado a Luis Díaz”, servindo-se do caso da expulsão de Palhinha como exemplo “que abre um precedente enorme”.
Agora, entende Lúcio Correia, “toda a gente pode ir à procura da retirada de cartões” e que, por isso, “de uma vez por todas, tem de haver uma decisão jurisprudencial orientadora para evitar que toda a gente se sinta legitimada para tal”.
“O FC Porto pode naturalmente recorrer do castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina, mas isso não significa que seja certo de que se tenha outro caso Palhinha”, acrescentou o especialista, citado pela Renascença.
“Vivemos um tempo algo estranho, mas o desporto precisa de outros prazos, talvez de menos instâncias para decidir. Os prazos têm de ser muito curtos, porque ninguém vai perceber que uma decisão de casos Palhinha, Luís Diaz ou de outro clube qualquer, possa demorar nove, dez, 11 meses. Ninguém percebe isto”, disse Lúcio Correia, em entrevista à rádio.
Daniel Costa, ZAP // Lusa
Só não entendo a necessidade de insultar o terceiro mundo, se é que tal coisa ainda existe…