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Sinais de Alzheimer surgem 30 anos antes de os primeiros sintomas aparecerem

Tom / Flickr

Uma nova investigação detetou uma série de biomarcadores que podem identificar a doença de Alzheimer mais de 30 anos antes de os primeiros sintomas aparecerem.

Cientistas da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, detetaram alterações cerebrais biológicas e anatómicas relacionadas à doença de Alzheimer que ocorrem entre 3 a 10 anos antes de os primeiros sintomas da doença aparecerem. Aliás, alguns biomarcadores desta doença neurológica surgiram mais de 30 anos antes que os sintomas.

Quanto mais cedo pudermos detetar o Alzheimer, melhor. A amostra deste estudo é pequena, mas o resultado não deixa de intrigar os cientistas. A equipa da Johns Hopkins analisou um grupo de 290 pessoas compostas por indivíduos com maior risco de Alzheimer devido ao historial familiar, e foi capaz de detetar várias mudanças biológicas e clínicas em relação à doença.

No final do período de análise, 81 dos participantes tinham desenvolvido problemas cognitivos ou demência, e os seus registos mostraram uma série de diferenças em relação ao resto dos participantes – como mudanças subtis nas pontuações dos testes que medem os processos de raciocínio.

Depois de analisarem os níveis de líquido cefalorraquidiano, os cientistas encontraram também aumentos na proteína tau, ligada à doença de Alzheimer. Através de um software de modelagem, os cientistas estimaram que esse aumento começou, em média, 34,4 anos antes de os primeiros sintomas da doença se desenvolverem nos pacientes. Isto significa que este pode ser um eficaz sistema de alerta precoce.

“O nosso estudo sugere que pode ser possível usar imagens do cérebro e análises do fluido espinal para avaliar o risco de doença de Alzheimer pelo menos 10 anos antes de ocorrerem os sintomas mais comuns, como o comprometimento cognitivo leve”, afirmou Laurent Younes, uma das autoras do estudo recentemente publicado na Frontiers in Aging Neuroscience.

Analisando exames de ressonância magnética realizados nos participantes, os cientistas detetaram também leves diminuições na taxa de mudança do tamanho do lobo temporal medial entre 3 a 9 anos antes de o comprometimento cognitivo se tornar óbvio.

No futuro, um amplo conjunto de biomarcadores poderiam ser usados em diferentes estágios do diagnóstico, dando aos médicos a oportunidade de trabalhar a lacuna de tempo – uma vez que não seria agradável ser informado de que poderia desenvolver a doença 30 anos antes, explica o Science Alert.

No entanto, é de realçar que ainda é demasiado cedo para imaginar este cenário. A amostra era muito pequena e, além disso, as mudanças cerebrais podem diferir entre as pessoas, tornando as generalizações muito difíceis de serem feitas. Ainda assim, parece haver uma associação relativamente forte para esta investigação merecer mais análises.

A verdade é que ainda não conseguimos pôr um travão na doença de Alzheimer. Por isso, novas técnicas tornam-se emergentes e aliciantes para a comunidade científica.

Neste caso específico, o objetivo passa por encontrar a combinação certa de biomarcadores que indiquem o risco de comprometimento cognitivo e usar esse trunfo para orientar eventuais intervenções.

ZAP //

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