Há alunos do Superior à procura de explicadores que façam os seus exames online

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Há estudantes do Ensino Superior que estão a oferecer-se para pagar a explicadores em troca de ajuda durante os exames online.

A denúncia foi feita pelo jornal Público, este domingo, que salienta que o problema já foi identificado pelos professores, embora até ao momento ainda não tenha sido detetado nenhum caso pelas instituições.

“Vou ter frequência de microeconomia no sábado. Precisava de saber se estaria disponível para me ajudar durante a frequência“. Esta foi uma das mensagens recebidas pelo explicador Filipe Antunes, que declinou a proposta: “Terei todo o gosto em ajudar a preparar a frequência, mas não a fazê-la.”

Em declarações ao matutino, o professor contou que não é a primeira vez que recusa uma oferta deste género. “Nem todos os contactos são completamente explícitos, mas quando eu respondo que estou disponível para ajudar a preparar o teste, não dão seguimento.”

Segundo o jornal, até mesmo professores receberam propostas semelhantes, para resolverem provas em áreas em que são especialistas.

Ao Público, Paulo Peixoto, investigador da Universidade de Coimbra, declarou que estas desconfianças em torno da avaliação à distância estão a ser responsáveis por um “ambiente muito pesado” no Ensino Superior, com professores que estão a ficar “verdadeiramente paranoicos”.

O clima está a contribuir para tornar as avaliações online “num verdadeiro inferno”, não só para os docentes, como também para os próprios alunos, acrescentou o investigador, contando que muitos professores estão a apertar as regras durante a realização dos exames e/ou a optar por fazer provas mais difíceis.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior garantiu estar em contacto com as instituições para “articular as opções adequadas para realizar as avaliações previstas, de forma justa e imparcial” e relembrou que “os habituais mecanismos de combate à fraude estão operacionais, sendo dada especial ênfase aos instrumentos de controlo previstos para as avaliações realizadas de forma não presencial”.

ZAP //

 

6 Comments

  1. Eu sou completamente contra os exames à distância! Se há explicadores que recusam ajudar os alunos a fazer os testes, outros há que os ajudam, e isso é tremendamente injusto para quem não tem qualquer ajuda.
    Criem-se condições de segurança e que todos os alunos sejam obrigados a fazer os exames de modo presencial.

  2. Já não bastava os alunos não respeitarem os professores porque sabem que passam de qualquer maneira porque o ministério assim o exige aos professores para fazer-mos boa figura lá fora, agora explicadores sem escrúpulos aceitarem isto enfim, a educação está cada vez melhor!

  3. Sou aluna do ensino superior, sendo a melhor da minha sala. Não é raro que façam-me essa oferta também…
    Obviamente os métodos de avaliação não estão adequados. Mais valia que as avaliações fossem contínuas, por meio de trabalhos e exercícios durante o semestre, e as provas fossem mais bem elaboradas já considerando que haverá consulta de qualquer forma. O professor manter o mesmo método de avaliação à distância é querer ser “enganado”… No final, quem mais perde são os alunos, que se iludem com boas notas de exame, quando não refletem em nada o conhecimento adquirido. Estão a formar que tipo de profissionais?

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