/

Alto político russo demitido por Vladimir Putin recorre ao Supremo

Yuri Kochetkov / EPA

Um alto responsável político russo, demitido pelo Presidente Vladimir Putin em janeiro devido a acusações de vários escândalos, contestou a decisão perante a mais alta instância judicial do país.

É a primeira vez em vinte anos que uma decisão deste tipo é contestada em tribunal.

Em causa está o afastamento de Mikail Ignatiev, ex-dirigente da região de Tchouvachie, situada a cerca de 700 quilómetros de Moscovo, que interpôs um recurso no dia 20 de maio no Supremo Tribunal da Rússia contra o decreto presidencial que o afastou do cargo.

De acordo com a página oficial do Supremo Tribunal na Internet, o recurso vai ser examinado pelos juízes no próximo dia 30 de junho.

Responsável político máximo da região de Tchouvachie entre 2012 e janeiro de 2020, Ignatiev foi afastado na sequência de um incidente considerado “piada de mau gosto” pelo Kremlin, segundo relata a agência Lusa. Imagens divulgadas através da Internet mostravam Mikail Ignatiev a segurar a chaves da ignição de um veículo pesado sobre a cabeça de um socorrista que teve de saltar para as conseguir.

As imagens vídeo indignaram os russos sendo que dias antes o mesmo político provoca escândalo ao ameaçar jornalistas e políticos que criticam o poder.

Poucos dias depois da divulgação das imagens, Vladimir Putin, que dispõem do poder de demitir responsáveis regionais decidiu afastar Ignatiev afirmando que tinha perdido a “confiança” no político. De acordo com a imprensa local trata-se da primeira vez que um caso deste tipo é levado perante a Justiça desde que Putin alcançou o poder, em 2000.

Anteriormente, dois casos semelhantes chegaram ao Supremo Tribunal, nos anos 1990, na altura da presidência de Boris Yeltsin.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.