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Altice rompe contrato com o Estado e já não vai enterrar cabos nas zonas de risco de incêndio

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Paulo Novais / Lusa

A Altice Portugal denunciou o protocolo assinado com a Infraestruturas de Portugal, em 2017, para o enterramento de cabos de telecomunicações nas zonas de elevado risco de incêndio, alegando falta de “condições necessárias” para cumprir o contrato e os obstáculos colocados.

Na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande foi assinado, em 7 de Dezembro de 2017, um protocolo entre a Altice Portugal e a IPTelecom (IPT), da Infraestruturas de Portugal (IP), para a utilização de infraestruturas do canal técnico rodoviário.

O objectivo deste protocolo, cuja assinatura teve lugar em Pedrógão Grande, Leiria, no seguimento dos grandes incêndios nesta zona, era enterrar os cabos aéreos de telecomunicações.

Agora, em comunicado, a Altice Portugal “torna público que denunciou o contrato/protocolo celebrado com a IPTelecom”, que tinha como objectivo “o estabelecimento de condições para a possibilidade de instalação de um máximo total de 1.000 quilómetros de cabos com utilização de Canais Técnicos Rodoviários (CTR) até ao final de 2019, em concelhos identificados, através de despacho do secretário de Estado das Infraestruturas, como de elevada perigosidade“.

Isto porque “há mais de um ano e meio que a Altice Portugal tem aguardado pela reunião de todas as condições necessárias para a efectiva concretização do referido contrato, as quais não só não foram viabilizadas, como, ainda, foi a todo o tempo obstaculizada pela Infraestruturas de Portugal (IP) e pela IPT no processo de enterramento de cabos”, explica a Altice Portugal.

Governo surpreendido com a ruptura

O Ministério das Infraestruturas já se manifestou surpreendido por a Altice ter rescindido o contrato, destacando que a 8 de Agosto passado “foi possível chegar a um acordo entre partes”.

“Foi com enorme surpresa que o Governo teve conhecimento hoje, pelos jornais, da decisão da Altice de denunciar o protocolo com a IP”, refere o Ministério das Infraestruturas e Habitação numa nota à comunicação social.

“No passado dia 8 de Agosto, no seguimento de uma de várias reuniões que vinham ocorrendo entre Governo, Altice e IP sobre este assunto, foi possível chegar a um acordo entre as partes, tendo sido ultrapassadas as divergências que subsistiam até essa data, relativas a custos e condições de implementação dos termos do protocolo”, realça o Governo.

“Nada fazia, por isso, prever que a Altice tomasse esta decisão”, acrescenta o Ministério, salientando que “o Governo espera que ainda seja possível que a Altice assine o acordo que fechou no dia 8 e que lhe foi remetido para assinatura”.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Claro!…
    Enquanto foi para receber milhões, tudo bem; quando é para investir, rompe-se o contrato…
    Sabem muitos estes mafiosos da Altice… é urgente o Estado cortar a mama a esses vigaristas franceses, que todos os anos levam milhões de Portugal sem fazerem o minimo para os justificar!…

  2. 2017 assinado o protocolo. 2019 ainda nada foi feito. Ou governantes são incompetentes (que acho que é o caso) ou então julgam que somo eternos. Que nojo!! já chega destes palermas que gozam todos os dias com povo português. Srs jornalistas se querem salvar a democracia não tenham medo!! Confrontem os politicos, exijam. Sejam contundentes e não se deixem corromper. VOCÊS SÃO A NOSSA VOZ.

  3. realmente é de lamentar que ainda nao se tenha conseguido nada
    devem estar a empurrar com a barriga
    será que a altice está à espera que seja o contribuinte a pagar? deve ser isso
    mas se o problema foi a altice a coisa mais facil é criar uma lei a obrigar a altice a fazer isso e dar-lhe um prazao, caso contrario começam a ser com pesadas multas
    se foi o governo a romper. realmente sao uns incompetentes

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