O Plano Ferroviário Nacional, que deverá ser executado até 2050, foi apresentado hoje pelo ministro das infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
O PFN tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.
Um dos objetivos principais é ligar as 10 maiores cidades do país com uma rede de alta velocidade e ligar os 28 maiores centros urbanos regionais, incluindo as capitais de distrito, com comboios convencionais.
Será criada uma linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto, que terá ligação a Vigo e servirá ainda Leiria, Coimbra, Aveiro, Braga e Guimarães. Viseu, Guarda e Faro não estão incluídas nesta linha, mas as duas primeiras cidades vão ser servidas pela linha de alta velocidade que vai ligar Aveiro a Vilar Formoso, que deve continuar até Madrid, para que Lisboa e Porto fiquem a três horas da capital espanhola.
Está ainda em cima da mesa uma modernização da linha do Sul para que a a alta velocidade chegue ao Algarve ou então a construção de uma nova linha por Beja e Évora, escreve o Público.
A linha de Trás-os-Montes também deve ligar o Porto a Vila Real e a Bragança. Está ainda prevista a ligação de Paços de Ferreira e Felgueiras ao Porto. Mais a sul, prevê-se uma ligação entre a linha do Oeste a Loures e a Lisboa e no Alentejo deve ser criada uma diagonal entre Sines e Grândola, especificamente para mercadorias.
Há linhas atualmente encerradas que também devem ser reabertas, como no Douro, entre Pocinho e Barca de Alva, no Alentejo, entre Beja e Funcheira, e em Coimbra, entre Pampilhosa e Cantanhede.
Terceira ponte sobre o Tejo
O Plano Ferroviário Nacional (PFN), hoje apresentado, prevê uma terceira travessia sobre o Tejo, entre Chelas, em Lisboa, e Barreiro, Setúbal, que deverá estar concluída até 2050, anunciou hoje o coordenador do grupo de trabalho.
Segundo o coordenador do grupo de trabalho responsável pela elaboração do primeiro PFN, Frederico Francisco, “a nova travessia do Tejo em Lisboa (Chelas – Barreiro)”, que já foi estudada no passado, vai permitir a “redução em, pelo menos, 30 minutos o acesso de Lisboa ao Alentejo e Algarve”.
Segundo o coordenador do grupo de trabalho, este novo acesso a Lisboa “responde a uma dificuldade existente na Linha do Oeste”, onde os tempos de viagem para a capital “são demasiado grandes”, porque a linha “não permite velocidades elevadas” e porque está “altamente congestionada” na entrada da cidade.
O novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa permite ainda “dar resposta a uma lacuna que existe na zona de Loures”, que permitiria colocar esta localidade a cerca de 10 ou 15 minutos do centro da capital, mas o acesso “terá de ser estudado”, explicou Frederico Francisco.
“Se se vier a fazer, a inserção em Lisboa terá de ser estudada. […] Colocamos sobre a mesa ligá-la à Ponte 25 de Abril. […] Criaríamos um novo eixo, atravessando Lisboa, intercetando todas as linhas de metro, […] mas também facilitando novos eixos de movimento dentro da área metropolitana”, explicou o responsável.
Relativamente à discussão da bitola (distância entre carris), que em Portugal é ibérica (1.668 milímetros), mas que alguns defendem a mudança para bitola internacional (1.435 milímetros), Frederico Francisco considerou que se trata de “um problema complexo, que faz sentido abordar num estudo autónomo que Portugal terá de fazer”.
A proposta de PFN hoje apresentada será agora colocada em discussão pública, regressando depois ao Conselho de Ministros, de onde sairá para discussão na Assembleia da República e só depois aprovado.
ZAP // Lusa
Mas isto vai ser mesmo ou é como o aeroporto?!!