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Alimentos transgénicos não fazem mal à saúde

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A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS) divulgou esta terça-feira um relatório onde afirma que os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) não fazem mal à saúde.

Cerca de 50 cientistas analisaram mais de 900 estudos e dados recolhidos ao longo de 20 anos de pesquisas sobre plantações de milho, soja e algodão geneticamente modificados para elaborar um relatório de 420 páginas, divulgado esta terça-feira.

De acordo com a nova análise global do grupo conselheiro da instituição, o uso de sementes transgénicas parece ser seguro para o consumo humano e não aumenta a incidência de doenças como cancro, obesidade e alergias.

A NAS garante ainda que o cultivo de OGM não é mais prejudicial para o Ambiente do que as culturas normais.

“Embora reconheçamos a dificuldade inerente de detetar efeitos subtis ou de longo prazo na saúde e no meio ambiente, a comissão do estudo não encontrou indícios que mostrem alguma diferença de riscos para a saúde humana entre os cultivos de OGM atualmente comercializados e as colheitas convencionais, nem evidências conclusivas de causa e efeito em relação a problemas ambientais”, afirma o relatório.

Não é garantido, no entanto, que a tecnologia realmente aumente a produtividade da agricultura: este tipo de plantação conseguiu reduzir a propagação de pragas em algumas áreas, mas noutras houve aumento de ervas daninhas devido ao uso de herbicidas em determinadas culturas de transgénicos.

Contudo, no caso de alimentos transgénicos resistentes a insetos, pode mesmo haver benefícios para a saúde, já que não existe a necessidade de uso de pesticidas.

O relatório afirma ainda que novas técnicas como pequenas alterações em plantas através da edição de genes (CRISPR) estão a reduzir a fronteira entre engenharia genética e o melhoramento de culturas tradicionalmente feito na agricultura, tornando a legislação existente insustentável.

O grupo da cientistas propõe que a lei olhe mais para os atributos das novas culturas, e menos para a forma como estas foram criadas – ou seja, analisando os produtos de cada nova cultura, em vez de colocar todos os OGM na mesma categoria.

O relatório foi divulgado numa altura em que o governo americano está a rever a regulamentação de culturas biotecnológicas e os grandes fabricantes de alimentos estão a começar a anunciar nas suas embalagens que utilizam ingredientes geneticamente modificados, cumprindo uma nova lei do Estado de Vermont.

Debate não está encerrado

O documento de mais de 400 páginas não deve, no entanto, encerrar a polarizada disputa em torno das culturas biotecnológicas.

“As pessoas queriam que déssemos uma resposta simples, inteligível aos leigos e cheia de autoridade, um crivo definitivo sobre os transgénicos. Dada a complexidade do assunto, não achamos que uma resposta assim seria adequada”, diz Fred Gould, professor de entomologia da Universidade Estadual da Carolina do Norte e presidente do comité que compilou o relatório.

A Academia Nacional de Ciências norte-americana, criada pelo Congresso americano para aconselhá-lo sobre questões relacionadas a ciência, tecnologia e medicina, reúne um conjunto de organizações privadas e sem fins lucrativos.

Quando o documento foi apresentado, ambos os lados da disputa demonstraram aprovação pelos pontos do relatório que confirmavam os seus pontos de vista, criticando os que o enfraqueciam.

A Organização Pela Inovação Biotecnológica, que representa as empresas que vendem sementes geneticamente modificadas, diz-se “satisfeita” com a descoberta de que “a biotecnologia agrícola traz grandes benefícios para agricultores, consumidores e para o meio ambiente”.

Já a americana de defesa do consumidor Consumers Union, que critica o uso de transgénicos, apontou para o facto de que o uso de sementes transgénicas não aumentou de modo significativo o rendimento das colheitas.

“Ao contrário do que a indústria alega, essas técnicas claramente não são a solução para a fome mundial”, disse Michael Hansen, investigador principal da entidade, em comunicado.

ZAP

6 Comments

  1. Claro, somos todos uma cambada de parolos e vamos todos comprar alimentos geneticamente modificados aos americanos, quando temos os melhores do mundo no nosso pais. Tenham dó.

  2. pois sim….deve ser por isso que os srs dos EUA se recusam a indicar nas embalagens a existencia de GMOs na produção de produtos alimentares.

    mais uns estudos feitos à medida das maiores empresas de GMOs que por sinal são dos EUA e que por coincidência os mesmos EUA estão a tentar por todos os meios empurrar para a Europa via TTIP entre outros tratados.

    https://www.nao-ao-ttip.pt/

    bem fez a Russia e o sr Putin ao PROIBIR todo e qq uso dos mesmos.

  3. MENTIRA!
    Esta notícia é uma TOTAL E COMPLETA MENTIRA!!!
    Por isso e que um estudo revelou que os portugueses têm em média 20 vezes mais glifusato (substância química cancerígena) que os restantes europeus.
    Isto porque como os transgénicos são imunes à substância não morrem ao serem pulverizadas por ela (mesmo quando o objectivo não seja eliminar as culturas transgénicas, como é óbvio, mas sim pragas ou ervas daninhas circundantes) e assim ao consumir-mos os transgénicos ou derivados ingerimos o glifusato!
    Ok, não temos muitas culturas transgénicas em Portugal, são só duas ou três (milho e mais não sei o quê) mas consumimos directa ou indirectamente de produtos importados de outros países (ração pra bovinos, suínos, galinhas), nas farinhas e na carne animal de animais alimentados com rações com transgénicos.
    Eu prefiro o produto natural, obrigado! Sempre que o homem tenta alterar a natureza (tipo como se soubesse tudo e fosse o maior, quase como Deus) depois vai-se a ver e é pior a emenda que o soneto e os efeitos colaterais ou secundários são sempre uma m€rda e mais valia ter ficado como estava. Mas NÃO, o ser humano é BURRO, com memória curta e não aprende, por insiste em fazer M€RDA.

  4. “Pesquisas mostram como são estreitos os laços da direção da empresa com o governo central em Washington e com representações diplomáticas dos EUA no mundo inteiro. A Monsanto tem auxiliares eficazes em diversos lugares. Antigos colabores da corporação ocupam altos postos nos EUA, em departamentos governamentais e ministérios, em federações da indústria e universidades. Por vezes, são relações quase simbióticas. De acordo com informações da organização anti-lobby Open Secrets, no ano passado 16 lobistas da Monsanto ocuparam cargos de alto nível no governo norte-americano e em agências reguladoras.”
    http://outraspalavras.net/posts/o-lado-mais-sujo-da-monsanto/

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