As fêmeas de algumas espécies de baleias evoluíram para viver vidas drasticamente mais longas — e poderem ser capazes de cuidar das suas famílias.
A grande maioria das espécies reproduz-se até morrer. No entanto, em algumas espécies de baleias, as fêmeas têm uma vida mais longa para que possam continuar a sustentar a família muito depois do fim da sua própria vida reprodutiva.
“Observamos os mesmos padrões nas sociedades humanas, onde as mulheres têm um período reprodutivo semelhante ao dos nossos parentes primatas mais próximos, mas têm um tempo de vida total muito mais longo”, salientou Sam Ellis, da Universidade de Exeter, citado pela BBC.
Um estudo recente, publicado na Nature, centrou-se em nas 5 das 32 espécies de baleias que, juntamente com os humanos, são os únicos mamíferos conhecidos por terem menopausa: orca (Orcinus orca), falsa-orca (Pseudorca crassidens), baleia-piloto (Globicephala macrorhynchus), narval (Monodon monoceros) e beluga (Delphinapterus leucas).
As descobertas mostraram que as fêmeas destas cinco espécies vivem cerca de 40 anos mais do que outras fêmeas do mesmo tamanho.
Ao viverem mais tempo sem prolongar a sua “vida reprodutiva”, estas fêmeas têm mais anos para ajudar as suas crias (e as crias destas) sem aumentar o período de “sobreposição”.
Isto significa que estes as fêmeas destas cinco espécies e as suas crias do género feminino não se reproduzem ao mesmo tempo, o que faz com que a criação das crias não decorra em simultâneo.
Apesar de estarem separados por 90 milhões de anos de evolução, as baleias e os humanos apresentam histórias de vida muito semelhantes, que evoluíram de forma independente.
“É fascinante partilharmos esta história de vida com um grupo taxonómico do qual somos tão diferentes”, comentou Darren Croft , investigador da Universidade de Exeter.
“Apesar das diferenças genéticas, os nossos resultados mostram que os humanos e as baleias apresentam uma história de vida convergente – tal como nos humanos, a menopausa nas baleias com dentes evoluiu por seleção natural para aumentar a esperança de vida total — sem prolongar a sua vida reprodutiva.”
