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Algoritmo pode prever ataques (como o do Capitólio)

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Jim Lo Scalzo / EPA

Invasões ou outro tipo de tumultos graves poderão ser impedidos. Mas há possíveis perigos na criação destas estatísticas.

O Congresso dos Estados Unidos da América estava a confirmar a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais, de Novembro de 2020, quando o Capitólio foi invadido. Um grupo de apoiantes de Donald Trump, presidente anterior mas derrotado desta vez, começou a forçar a entrada no edifício (e muitos entraram mesmo), insatisfeitos com o resultado do acto eleitoral. Foi no dia 6 de Janeiro de 2021 mas os norte-americanos não esquecem.

Não esquecem e não querem que se repita. Para isso, as autoridades poderão contar com a ajuda de especialistas em dados e poderão contar com a ajuda de um…algoritmo.

O jornal The Washington Post publicou um artigo que se foca nos esforços dos profissionais dos dados, que já têm vigiado a violência política em muitos países e que tentam evitar novas insurreições, semelhantes à que aconteceu há um ano.

As análises têm-se concentrado em países do Leste europeu, como Ucrânia, ou na Turquia (aqui estas agitações são mais frequentes). Mas a ideia é estarem particularmente atentos às movimentações nos Estados Unidos da América.

Vários factores entram nestas contas: dados históricos, mudanças económicas e até interrupções nas rotinas de trânsito. Preparar algoritmos de inteligência artificial pode ajudar as autoridades a perceberem mais rapidamente onde e quando estão os sinais de alerta e, assim, evitar novas revoltas ou outros problemas graves.

Perigos

Jonathan Bellish, especialista no ramo, avisa que estas previsões podem também servir de pretexto para a repressão de protestos pacíficos, enquanto o professor Jonathan Powell defende que este cenário pode originar “preocupações reais e assustadoras”.

E depois há o básico: o comportamento humano é imprevisível. Há atitudes que nenhum computador consegue adivinhar.

Aderir ou não?

Já há instituições norte-americanas a aderir a este esquema. E até já surgiu um alerta de um eventual ataque a um edifício federal, em Outubro do ano passado.

Os responsáveis pelo Pentágono, pela Agência Central de Inteligência (CIA) e pelo Departamento de Estado também já foram convencidos e já usam a inteligência artificial para tentar evitar problemas políticos noutros países, onde forças dos EUA estão envolvidas.

No entanto, os “poderosos” Departamento Federal de Investigação (FBI) e o Departamento da Segurança Nacional, que lutam precisamente contra o terrorismo nos EUA – não estão inclinados para a utilização do algoritmo.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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