A Alemanha “tem de assumir a responsabilidade”. Polónia quer indemnizações pela 2ª Guerra Mundial

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A Polónia pediu hoje ao novo Governo da Alemanha para estar preparado para assumir responsabilidades pela Segunda Guerra Mundial e iniciar negociações com vista a compensações pela ocupação do país.

O chefe da diplomacia da Polónia, Zbigniew Rau, disse que “espera que o novo Governo alemão esteja pronto para assumir essa responsabilidade, também sob a forma de conversas sobre indemnizações”.

Durante uma conferência de imprensa conjunta com Annalena Baerbock, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Rau aludiu à “devolução de bens culturais saqueados pela Alemanha” e sugeriu um “sistema de compensação pelos monumentos da cultura polacos”, destruídos pelo regime nazi.

Em resposta a este desafio, Baerbock garantiu ao seu homólogo polaco que a amizade entre os dois países “dentro da União Europeia é algo inestimável”, embora “não seja óbvio”, dadas “as perdas da Polónia, incomensuráveis durante a guerra e a ocupação”.

De acordo com a Alemanha, em 1953 a Polónia renunciou às reparações de guerra por parte da Alemanha Oriental e a questão foi finalmente resolvida com um tratado, assinado em 1990, entre os dois Estados alemães (ocidental e oriental) e os quatro países vencedores do conflito: os Estados Unidos, a URSS, o Reino Unido e a França.

Contudo, agora, o Governo polaco está a contestar o acordo de 1953, concluído durante a era comunista e, temendo um complexo debate jurídico, prefere insistir no “dever moral” dos alemães.

“Espero que encontremos soluções que fortaleçam a Europa. (…) É nossa tarefa histórica cultivar a paz e a amizade de maneira aberta e sincera”, disse Baerbock, que também depositou uma coroa de flores no túmulo do Soldado Desconhecido na capital polaca.

O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco reiterou a oposição do seu país ao gasoduto Nord Stream 2, que transportará gás desde a Rússia até à Alemanha, sublinhando que “não deixará de exigir o encerramento deste projeto que prejudica a Europa”.

Durante o encontro, os dois ministros também abordaram a questão do Estado de Direito na Polónia, com Baerbock a reconhecer “grandes diferenças” sobre esta matéria.

A ministra alemã também assegurou que a Alemanha apoiará a Polónia e os países bálticos na crise na fronteira com a Bielorrússia e sublinhou a necessidade de ajudar os migrantes que se tornaram “vítimas de um jogo cínico” do regime de Minsk.

Lusa //

1 Comment

  1. Pois é…. nunca é tarde para relembrar o país que mais vezes faliu na Europa das suas responsabilidades… o maior caloteiro da Europa tem muito que explicar, principalmente aos polacos e aos gregos…

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