Ainda não há explicação para a “Veneza de S. Bento” (e teme-se que volte a acontecer)

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Rui Manuel Farinha / Lusa

As inundações e enxurradas que se fizeram sentir no Porto continuam sem explicação evidente e teme-se que o cenário se repita num futuro próximo.

A chuva forte que caiu no Porto neste sábado de manhã inundou várias ruas da baixa da cidade. Viveu-se um verdadeiro “pandemónio”, com a circulação do metro afetada e estradas com circulação interrompida. A estação de São Bento teve mesmo que ser encerrada por ter ficado cheia de água.

Pela internet, há já quem lhe chame de “Veneza de S. Bento”. Para quem viu ou presenciou as inundações, certamente a expressão não soará a um disfemismo.

“O caudal era tão forte que nem deu para fechar a porta das lojas”, conta um comerciante local ao Expresso. Este domingo volta a chover, nomeadamente durante a manhã, gerando preocupação entre os portuenses.

Ao semanário, o climatologista e especialista em riscos naturais Mário Marques diz que o que aconteceu corresponde ao “que as pessoas costumam chamar tromba de água”. O perito previu um novo pico de precipitação na madrugada e manhã de domingo, provavelmente entre as 5h e as 10h da manhã.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Vila Real vão estar sob aviso laranja entre as 6h e as 12h de domingo, devido à previsão de chuva intensa, anunciou o IPMA. O aviso laranja é o segundo mais grave de uma escala de três e refere-se a uma situação meteorológica de risco moderado a elevado.

A partir de domingo à tarde já se prevê uma melhoria das condições meteorológicas, mas ainda com ocorrência de precipitação, abrangendo praticamente todo o território continental.

Ainda não há explicação para enxurrada que lançou o caos na Baixa do Porto, escreve o Jornal de Notícias. Foi um fenómeno nunca visto, disse o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo.

“Estamos a avaliar porque é que pela primeira vez isto aconteceu aqui nesta zona, que como sabem está a ser intervencionada e tem havido alterações no espaço público. Temos de perceber porquê”, afirmou o autarca.

Filipe Araújo teme que a situação possa repetir-se, caso não seja descoberta a sua origem.

Normalmente, o Rio da Vila é um dos canais que escoa a água nos dias de chuva — “mas não foi isso que aconteceu”, salientou o autarca.

Daniel Costa, ZAP //

2 Comments

  1. Um cenário que podia ter sido minimizado e controlado, mas toda esta situação pela qual a Cidade do Porto e os Portuenses estão a passar é provocada pela falta de manutenção e ausência de prevenção intencionais, e as más políticas praticadas pelo Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto», que ocorrem de 2014 até à presente data.

  2. Completamente de acordo. Temos o mais vaidoso e pior presidente da Câmara que tenho memória (tenho 56 anos). As obras que nunca deviam ter sido licenciadas são bem visíveis (prédio da Rua Senhora de Fátima, prédio da família do presidente…) e mecos às centenas, para inacreditáveis ciclovias, impedimentos que redundam também em encerramento de lojas, como na Rua Gonçalo Sampaio) Absolutamente lamentável. Ah! É verdade – esqueci-me que o dito não tem culpa de nada São as malfadadas obras do metro…

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