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Saiu o Ranking das Escolas 2017. Ainda há 16 a inflacionar as notas dos alunos

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O colégio que ficou em primeiro lugar do Ranking das Escolas 2017 é uma das 16 escolas que inflacionam, sistematicamente, as notas dos seus alunos, segundo dados do Ministério da Educação analisados pela Lusa.

No Ranking das Escolas 2017, avaliação realizada pelo Ministério da Educação que pela primeira vez não é publicada no ano em que se realizaram os exames nacionais que lhes deram origem, o predomínio do setor privado não é a única constante.

Desde 2012 que 16 escolas secundárias dão sempre notas mais altas do que seria esperado, segundo dados do Ministério, que revelam ainda que há mais duas escolas com este procedimento em relação ao ano anterior.

Os colégios são quem mais inflaciona as notas: das 16 escolas, 13 são privadas e três são públicas, um procedimento que pode permitir a um aluno passar à frente no acesso ao Ensino Superior.

Tal como no ano anterior, as escolas privadas situam-se todas no norte do país, com destaque para os concelhos do Porto, onde se encontram quatro colégios, e os de Gondomar e Braga (ambos com dois).

A maioria das privadas está no top 50 das escolas com melhores médias nacionais nos exames, destacando-se o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que voltou a liderar o ‘ranking’ das melhores médias nacionais.

Naquele colégio portuense registou-se, no ano passado, uma diferença de 2,36 valores entre a nota média dos alunos pelo trabalho realizado ao longo do ano na escola (17,38) e as notas nos exames.

Existem outras três privadas que aparecem sempre muito bem classificadas nos rankings e que, no ano passado, atribuíram mais de dois valores do que a média nos exames: o Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, que ocupa o 5.º lugar do ranking geral e deu notas 2,8 valores acima da média do exame, o Colégio Luso Francês, no Porto, (13.º lugar do ranking) e o Colégio Novo da Maia (17.º lugar).

Mas o caso mais gritante passa-se no Colégio de Lamego, onde a diferença entre as duas notas foi de 5,44 valores numa escala de zero a 20: a média nos exames do ano passado foi de 10,29 valores e a média interna foi de 15,73.

O Externato Ribadouro, no Porto, que este ano aparece em 15.º lugar, o Colégio Terras de Santa Maria, em Santa Maria da Feira, (19.º lugar), o Externato Liceal Paulo VI, em Gondomar (27.º), o Colégio da Trofa (32.º) e o Colégio do Minho, em Viana do Castelo (54º lugar), também fazem parte da lista.

Entre os privados que sistematicamente inflacionam as notas estão também o Externato Carvalho Araújo, em Braga, o Externato Camões, em Gondomar, e o Colégio D. Duarte, no Porto.

As três escolas públicas que inflacionam as notas desde 2012 são a Escola Secundária de Fafe, a Escola Secundária de Monção e a Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia.

Nos últimos anos, as suspeitas de inflação de notas levaram a que fossem levantados inquéritos por parte da Inspeção-Geral de Educação e Ciência. Todas as escolas em causa foram objeto de recomendações e tiveram várias intervenções de acompanhamento, por parte da IGEC, segundo informações do Ministério.

Existe um outro grupo de 21 escolas que, desde 2012, têm vindo a dar sistematicamente notas abaixo do expectável e, neste caso, as escolas são quase todas públicas (16) e situam-se maioritariamente na região Área Metropolitana de Lisboa e no centro do país.

Em cada um dos distritos de Lisboa, Cascais e Sintra há três escolas nesta situação: em Lisboa são as escolas secundárias do Restelo, Rainha Dona Amélia e D. Pedro V; em Cascais são os Salesianos do Estoril, a Escola Básica e Secundária Ibn Mucana e a Secundária de São João do Estoril e, em Sintra, são a Escola Básica e Secundária Gama Barros e as escolas secundárias de Santa Maria e de Mem Martins.

Em Loures há também duas escolas que sistematicamente dão notas abaixo do esperado: o Colégio Bartolomeu Dias e a Escola Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo

Em Mafra, a Escola Secundária José Saramago e o Colégio Santo André também deram notas abaixo do esperado nos últimos cinco anos.

A Escola Secundária Gago Coutinho, em Alverca do Ribatejo, e a Escola Secundária de Cacilhas-Tejo, em Almada, também se destacam nesta lista das 16 escolas públicas.

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Clico no link “Ranking das Escolas 2017”, mas não me vai parar a ranking nenhum. Fico sem saber em que lugar ficou qual escola. Já tinha lido num jornal que em segundo lugar estava o Manuel Bernardes e em Terceiro estava o S. João de Brito, ambas de Lisboa, mas leio aqui “as escolas privadas situam-se todas no norte do país”.

    Não entendo o sentido do que leio, desculpem-me. Será que o artigo se refere apenas à questão da inflação das notas?

  2. Caro Desiludido é evidente que alunos que não tem competência (notas) para entrar no ensino superior, que só conseguem entrar por via das notas inflacionadas pelos colégios (notas estas conseguidas à custa das $notas dos papás), nunca irão ser pessoas que consigam distinguir concelhos de distritos. São estas pessoas que no irão governar e ocupar cargos públicos de responsabilidade (leia-se “bem pagos”).

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