Águia toureia colchoneros atarantados

Rodrigo Antunes / Lusa

Grande noite europeia no Estádio da Luz. O Benfica recebeu um forte Atlético, que havia empatado há dias com o Real Madrid no dérbi de Madrid, não vacilou ou mostrou qualquer receio e goleou por 4-0, numa exibição de “saco cheio”.

Tacticamente a equipa benfiquista esteve perfeita, nunca deixou os espanhóis assumirem o controlo da partida e foi letal nos contra-ataques, acumulando um resultado que poderia ter sido mais gorda.

Dois jogos disputados, seis pontos, enquanto o Atlético sofreu a primeira derrota da temporada.

Excelente a entrada do Benfica em jogo, personalizado, a lutar por cada bola com intensidade e a colocá-la na frente com velocidade. Foi assim que, aos 13 minutos, Aursnes descobriu Aktürkoğlu na área e este não perdoou perante Oblak.

O Atlético demorou a reagir, mas quando o fez assumiu a iniciativa, mantendo o Benfica no primeiro terço, com as “águias” velozes a explorar as transições.

O primeiro remate “colchonero” aconteceu por Samuel Lino, aos 19 minutos apenas, e o brasileiro quase marcou pouco depois ao acertar na barra, quando tentava o cruzamento.

Porém, as “águias” tinham o controlo do jogo, protegiam as costas da defesa e, em cima do intervalo, quase marcaram, mas o desvio de Pavlidis foi ao poste.

Simeone fez várias alterações ao intervalo, mas a equipa espanhola continuou sem saber o que fazer à bola perante a boa organização benfiquista e a pressão em zonas nevrálgicas. e, após mais uma recuperação rápida, Pavlidis foi travado por Conor Gallagher na área. Penálti que Di María (52′) converteu com sucesso.

E logo a seguir o argentino, egoísta, desperdiçou uma ocasião flagrante, quando podia ter servido Pavlidis.

Tudo corria bem ao Benfica, numa exibição quase perfeita, táctica e tecnicamente, com trocas de bola seguras e sem dar veleidades ao Atlético.

Aos 75 minutos, Bah, de cabeça, após um canto, fez o 3-0 que arrumou com a questão, e aos 84 foi Kökçü a “encher o saco” do Atlético de penálti.

O Jogo em 5 Factos

1. Quatro golos… esperados e marcados

A ideia que fica ao vermos este jogo é a de que o Benfica poderia ter construído um resultado ainda mais volumoso. Contudo, sendo frio e objectivo a olhar para os números, vemos que as “águias” fizeram quatro tentos e eram esses os “esperados”, tendo em conta os 4,2 xG finais – segundo valor mais alto desta Liga dos Campeões, atrás dos 6,3 do Bayern com o Dinamo Zagreb.

2. Ocasiões flagrantes só para a “águia”

Ao todo o Benfica conseguiu construir sete ocasiões flagrantes, tendo convertido em golos duas delas. O Atlético não usufruiu de nenhuma. Também aqui a diferença foi enorme.

3. Benfica com mais área contrária

Nem sempre foi assim ao longo do jogo, mas a etapa final acabou por acentuar esta tendência. O Benfica somou mais nove acções na área do Atlético do que os espanhóis na área lusa (26-17), algo relevante tendo em conta que os “colchoneros” tentaram sempre ter a iniciativa atacante.

4. Aposta no passe progressivo

O Benfica “chamou” o Atlético durante quase todo o jogo e depois “esticou-o” com passes logos e progressivos. As “águias” realizaram 33 passes progressivos (que aproximam a equipa pelo menos 25% da baliza contrária), mais do dobro dos espanhóis (16).

5. Atlético foi zero no ataque

A palavra pode aplicar-se a diversos aspectos do jogo, mas queremos realçar os remates. O Atético fez somente quatro disparos e nenhum enquadrado. Só Slovan e Shakhtar registaram zero enquadrados num jogo desta Champions. No segundo tempo registou apenas um (58′), depois disso… zero.

Melhor em Campo

Que jogão de Álvaro Carreras — que, curiosamente, fez a sua formação no rival do Atlético, o Real Madrid. Carreras esteve em todas, irrepreensível a defender, com um óptimo posicionamento, e depois incisivo a atacar.

Disputou oito duelos e ganhou-os todos, falhou só quatro de 76 passes, somou o máximo de acções com bola (99), completou as quatro tentativas de drible e registou o máximo de intercepções (4).

Resumo

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