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PAOK 2-1 Benfica | “Águia” tomba em Salónica e falha Champions

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Achilleas Chiras / EPA

Esfumou-se o “sonho milionário” da Liga dos Campeões para o Benfica. Na noite desta terça-feira, as “águias” tombaram no palco do Toumba por 2-1 diante do PAOK, num embate relativo à 3ª pré-eliminatória, penúltima etapa antes de entrar na fase de grupos da Champions. 

Vertonghen, na própria baliza, e Zivkovic, numa espécie de traição aos “encarnados”, foram os autores golos. Rafa apontou o tento dos vice-campeões nacionais. Para a equipa de Abel Ferreira segue-se o Krasnodar, por sua vez o Benfica foi “recambiado” para a Liga Europa.

O jogo explicado em números

  • As presenças de Grimaldo, Pedrinho e de Seferovic foram as principais notas de destaque no “onze” escolhido por Jorge Jesus, que também não abdicou de Vertonghen (ex-Tottenham) e de Everton (ex-Grêmio de Porto Alegre). Em sentido inverso, Nuno Tavares (fora dos 18 eleitos), Rafa, Carlos Vinícius e os reforços Waldschmidt e Darwin ficaram de fora das opções iniciais do treinador.
  • Muito equilíbrio na fase inicial do jogo. O Benfica tinha mais bola (74% da posse) e um remate desenquadrado de Seferovic, ao passo que o PAOK foi o primeiro conjunto a atirar em direcção ao alvo através de um cabeceamento de Michailidis (16’) que foi defendido por Vlachodimos. Quatro minutos depois, após uma diagonal da esquerda para a zona central, Éverton viu o forte tiro ser travada pela defensiva helénica e sair um pouco acima da barra.
  • Do meio da rua, Taarabt desferiu um míssil que foi travado a soco pelo guarda-redes Zivkovic. Nesta fase, o domínio dos “encarnados” ganhava expressão. Aos 27 minutos, Éverton cruzou com as coordenadas certas e Seferovic, em óptima situação, falhou o alvo. E num autêntico acumular de ocasiões, Pizzi viu o ferro travar um remate na sequência de um livre directo, marcava o relógio 29 minutos. Além de ter cinco remates face aos dois dos gregos, o Benfica amealhava quatro cantos, 19 duelos ganhos e 234 passes trocados – eficácia de 89%.
  • No décimo remate dos lisboetas no encontro, Pedrinho, de longe, aos 42 minutos, arriscou e viu Zivkovic voar e impedir o primeiro golo em Salónica.
  • Intervalo A partir dos 20 minutos, o domínio benfiquista imperou e manteve-se até ao descanso. Seguros a defender, à excepção de um cabeceamento de Michailidis (16’), os comandados de Jorge Jesus apenas pecaram na hora da finalização, mas demonstraram muitas opções nas investidas atacantes, com trocas constantes entre Pizzi, Éverton e Pedrinho, as subidas no terreno, alternadas, de André Almeida e de Grimaldo e à omnipresença de Taarabt e Weigl. Porém, o nulo no marcador prosseguia. Com um GoalPoint Rating de 6.6 Éverton foi o melhor elemento em cena nos primeiros 45 minutos. O internacional brasileiro mostrou alguns dos atributos, veloz, técnico e incisivo, foi o motor das “águias” e autor de um remate, dois passes para finalização, não falhou nenhum dos 23 passes que fez, registou 38 acções com a bola e quatro dribles certos em sete tentados.
  • Aos 50 minutos, Tzolis centrou com perigo e valeu ao Benfica o atento Grimaldo, que tirou a bola do alcance de Pelkas. No mesmo lance (54’), Rúben Dias cortou o remate de El Kaddouri e, na sequência da jogada, Ingason falhou o alvo. Sinal mais para os donos da casa, que incidiam grande parte dos seus ataques pelo flanco esquerdo, tentando explorar as costas de André Almeida.
  • Num lance rápido, Pedrinho assistiu, Éverton rematou e Zivkovic respondeu com uma excelente intervenção para canto, marcava o relógio 57 minutos.
  • Ao minuto 63, surgiu o primeiro golo. Akpom fez o passe e Vertonghen, infeliz, abriu a contagem e encostou o Benfica às “boxes”. Ao quarto remate, o PAOK marcou.
  • O que estava difícil ficou ainda pior aos 75 minutos. Num contra-ataque exímio, Zivkovic vestiu a pele de vilão, tirou Grimaldo e Pizzi da frente e, com um remate forte e colocado, dilatou a vantagem grega para 2-0. Tudo começou em mais uma arrancada de Giannoulis, que expôs (mais uma vez) as debilidades “encarnadas” na transição defesa/ataque.
  • Com Rafa em campo e depois de Tzolis ter falhado por centímetros o 3-0, Grimaldo viu Zivkovic defender um remate, naquela que foi apenas a segunda tentativa de tiro da equipa na etapa complementar.
  • Já em fase de descontos, André Almeida centrou e Rafa, de cabeça ao primeiro poste, reduziu a desvantagem aos 94 minutos. Foi o canto do cisme para o Benfica, que deixou escapar um dos grandes objectivos da temporada, a presença na fase de grupos da Champions. Após ter dominado a primeira parte, os homens de Jorge Jesus perderam gás e discernimento na etapa final, e deram mais espaços ao PAOK, que foi letal na finalização e dizimou as aspirações do conjunto luso.

O melhor em campo GoalPoint

Não foi por Éverton que o Benfica disse adeus à fase de grupos da Liga dos Campeões. O extremo brasileiro, não obstante ter baixado de nível da primeira para a segunda parte, foi o MVP do jogo com um GoalPoint Rating de 7.7. Olhando para os dados finais, Cebolinha teve dois remates, duas ocasiões flagrantes gizadas, quatro passes para finalização, cinco dribles certos em dez tentativas, 65 acções com a bola, apenas cinco passes falhados em 38 tentativas, dois desarmes e três intercepções.

Jogadores em foco

  • Ingason 7.2 – Um verdadeiro muro. Seguro a defender, foi o jogador em destaque do lado dos gregos. Conseguiu travar Seferovic, foi veloz nas dobras e terminou com três duelos aéreos defensivos, quatro recuperações, nove desarmes e seis alívios.
  • Pizzi 6.6 – Enquanto teve forças e clarividência, foi o motor da equipa, ora na zona central, ora descaído sobre o lado direito, esteve na génese dos lances mais perigosos do Benfica. Realçamos os três remates feitos, dois passes para finalização e as 102 acções com a bola.
  • Zivko Zivkovic 6.2 – Nem sempre fez as defesas mais ortodoxas, mas foi seguríssimo e apenas não conseguiu travar o cabeceamento de Rafa já na fase final. Ao todo tem quatro intervenções, algumas delas de elevado grau de dificuldade.
  • Andrija Zivkovic 6.2 – Como se escreve “vingança” em sérvio? Bastaram 26 minutos, um remate, um golo, oito passes certos em 11 tentativas, 14 acções com bola e um gosto especial após ter finalizado com êxito o remate aos 75 minutos. Não festejou o golo por respeito ao clube que representou até há poucos dias…
  • Rafa Silva 6.0 – A última cartada lançada por Jorge Jesus. Marcou no único remate que fez nos 18 minutos em que esteve presente, tentou imprimir velocidade nas 22 acções que teve, mas não foi feliz na tomada de decisão – 11 perdas de bola.
  • Seferovic 4.8 – É esforçado, não dá uma bola por perdido, mas continua a pecar na recepção e, principalmente, no momento da finalização. Dos cinco remates que fez em 69 minutos, apenas um levou a direcção do alvo.

GoalPoint

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