Água detetada na superfície de asteróides pela primeira vez

NASA/Carla Thomas/SwRI

Cientistas do Southwest Research Institute descobriram moléculas de água na superfície de asteróides

Usando dados do já reformado Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha (SOFIA), uma equipa de cientistas descobriu, pela primeira vez, moléculas de água na superfície de dois asteróides.

Cientistas detetaram, pela primeira vez, moléculas de água na superfície de dois asteróides, usando dados do Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha (SOFIA).

A equipa, liderada pela investigadora Anicia Arredondo do Southwest Research Institute, analisou quatro asteróides ricos em silicatos usando o instrumento FORCAST para isolar as assinaturas espectrais no infravermelho médio.

A ferramenta foi fundamental no isolamento das assinaturas, que apontaram inequivocamente para a presença de água molecular em Iris e Massalia.

Esta não é a primeira vez que o SOFIA faz uma descoberta deste género. Em outubro de 2020, identificou água numa das maiores crateras do hemisfério sul da Lua, equivalente a cerca de 350 mililitros de água num metro cúbico de solo.

Segundo Arredondo, a força das linhas espectrais, o volume e a prevalência de água nos asteróides são consistentes com os encontrados na Lua.

“Da mesma forma, nos asteróides, a água também pode estar ligada a minerais, assim como ser adsorvida em silicato e presa ou dissolvida em vidro de impacto de silicatos”, referiu a investigadora, citada pelo Phys.

Os dados dos dois asteróides mais fracos, Partenope e Melpomene, continham demasiado ruído para que os cientistas pudessem ser capazes de chegar a uma conclusão definitiva.

Como o FORCAST não é suficientemente sensível para detetar a característica espectral da água, a equipa vai usar o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, que possui ótica de maior qualidade e uma relação sinal-ruído aprimorada.

O artigo científico que detalha esta descoberta foi publicado esta segunda-feira no The Planetary Science Journal.

Liliana Malainho, ZAP //

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