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Agricultores em protesto pagam à Segurança Social em legumes

Viticultores e agricultores do Douro “vão pagar a prestação” à Segurança Social de Vila Real em batatas ou legumes, num acto simbólico que decorre na terça-feira, em Vila Real, e visa protestar contra as novas obrigações fiscais.

A iniciativa foi convocada pela Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDouro) e está agendada para a frente do edifício da Segurança Social, em Vila Real.

“A obrigatoriedade de os pequenos e médios agricultores se colectarem nas Finanças traz encargos bastante significativos, principalmente porque os seus rendimentos são muito baixos ou quase nenhuns”, afirmou hoje à agência Lusa a dirigente da AVIDouro, Berta Santos.

Todos os agricultores com actividade comercial vão passar a ser obrigados a declarar o início de actividade. Têm ainda de passar factura de todas as transações comerciais.

O prazo de inscrição nas Finanças termina a 30 de Janeiro.

Berta Santos referiu que, por se terem de colectar, os produtores são também obrigados a pagar à Segurança Social. “Só que, em alguns casos, aquilo que recebem dos produtos que vendem não chega sequer para pagar esta prestação”, afirmou.

A dirigente diz que tem constatado que muitos agricultores “têm revelado vontade de cessar a actividade porque não conseguem fazer face a estas imposições fiscais, porque não têm rendimentos suficientes para isso”.

Para alertar para estas situações, na terça-feira os viticultores e agricultores durienses vão “simbolicamente pagar as prestações à Segurança Social em géneros“.

“É aquilo com que nós conseguimos pagar. Com batatas, com cebolas, alhos, com aquilo que nós produzimos. De outra forma não temos dinheiro para pagar”, salientou a responsável.

E, segundo Berta Santos, “estes valores são em muitos casos o mínimo que se pode pagar” ou seja, “62 euros por mês”.

Os “sacos pequenos” serão deixados no edifício da Segurança Social de Vila Real.

A AVIDouro reclama a suspensão imediata das novas regras para os pequenos e médios viticultores, muitos dos quais a única atividade comercial que têm é a venda de uvas.

/Lusa

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