África do Sul prepara 1,5 milhões de sepulturas por causa da covid-19, diz responsável de saúde. Mas há contradições

Kim Ludbrook / EPA

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana disse esta semana que a pandemia em África estava a atingir “a velocidade máxima”, ao mesmo tempo que o médico Bandile Masuku, membro do comité executivo para a saúde de uma das províncias do país, prepara 1,5 milhões de sepulturas.

Segundo anunciou esta segunda-feira o Observador, a província de Gauteng, onde atua Bandile Masuku e na qual se situam as cidades de Joanesburgo e Pretória, é agora o novo epicentro da covid-19 no país.

De acordo com o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, não há mal em “pensar no futuro” e preparar o país para “o pior cenário possível”. “É uma realidade com a qual temos de lidar”, disse, frisando que é responsabilidade do público garantir “que não chegamos lá”.

Um dia após a declaração, a província de Gauteng garantiu que “ainda não tem mais de um milhão de sepulturas abertas” e que Masuku apontava aquele número como capacidade máxima. “As mais de um milhão de sepulturas referem-se à capacidade coletiva que os municípios podem suportar”, lia-se no comunicado.

O Times Live informou que Joanesburgo negou estar a preparar essas sepulturas em massa, assegurando que tinha previsto um total de 1,4 milhões de sepulturas para todos os tipos de óbito.

Já o New York Times, que cita a Associated Press, os números relativos a Àfrica do Sul mostram que o país está muito longe dessa realidade e diferentes modelos preveem entre 40 mil e 80 mil mortos até ao final do ano.

Dados da universidade norte-americana Johns Hopkins, a África do Sul soma 276.242 casos de infeção e mais de quatro mil mortes. No domingo, o país registou um recorde diário de infetados e voltou a proibir a venda de bebidas alcoólicas, instaurou o recolher obrigatório e o uso de máscaras.

ZAP //

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