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Afinal, não foi o frio que matou o urso das cavernas

Uma equipa europeia encontrou provas de que não foi o frio que levou à extinção do urso das cavernas. Na verdade, foram os humanos.

Num artigo publicado em agosto na revista especializada Scientific Reports, o grupo estudou o ADN mitocondrial dos restos destes animais e concluiu que as hipóteses anteriores que indicavam que o urso da caverna simplesmente não resistiu ao frio na Idade do Gelo estavam erradas. A investigação sugere que este fator esteve relacionado com a sua extinção, mas não foi decisivo no desaparecimento dos animais.

O trabalho da equipa incluiu provas mitocondriais de 59 restos de ossos encontrados em cavernas em toda a Europa. O estudo dos dados mostrou que as populações de ursos começaram a declinar muito antes do início da última Idade do Gelo, há aproximadamente 40 mil anos.

Os cientistas também descobriram que os ursos conseguiram sobreviver às eras glaciais anteriores sem grandes reduções na população. Os investigadores apontam que os humanos modernos começaram a povoar as áreas onde os ursos viviam no início da Idade do Gelo. Além disso, apontam que os neandertais também viviam na área, mas que coexistiram com os ursos das cavernas durante milhares de anos, por isso é improvável que tenham contribuído para a extinção.

Os cientistas sugerem que os humanos modernos terão tido habilidades de caça mais sofisticadas e eram menos relutantes em aventurar-se em cavernas onde os ursos poderiam estar a residir. Também apontam que os seres humanos modernos poderiam ter matado os ursos das cavernas por várias razões, incluindo caçá-los para comida, usar as suas peles para se aquecer e eliminá-los como potenciais ameaças.

O ADN mitocondrial também mostrou que os ursos tornaram-se mais isolados à medida que o seu número diminuía, o que tornava os sobreviventes mais propensos a doenças à medida que o fundo genético diminuía.

Os ursos das cavernas também eram sensíveis a um clima em mudança, de acordo com os cientistas. Como não eram carnívoros, as mudanças na vegetação durante a última Idade do Gelo tornaram a procura por comida mais difícil.

Os investigadores concluíram, assim, que os humanos que reduziram o seu número fizerem com que fosse impossível sobreviver à última Era do Gelo.

ZAP //

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