Adesivo indolor administra medicamentos através da pele

MIT

Novo adesivo administra medicamentos através da pele utilizando ultra-sons

Cientistas do MIT desenvolveram um novo adesivo capaz de administrar medicamentos através da pele de forma mais eficiente e indolor.

O dispositivo utiliza impulsos de ultra-sons para abrir a pele, o que poderá melhorar os medicamentos tópicos ou mesmo as tatuagens, relatou o New Atlas.

Muitos medicamentos são administrados por via oral ou intravenosa. Enquanto a primeira requer doses maiores, a segunda é desagradável e ambas são difíceis de direcionar para áreas específicas.

Num novo estudo, publicado recentemente na Advanced Materials, a equipa do MIT desenvolveu uma forma de administrar medicamentos através da pele, diretamente no local onde devem ser administrados.

A equipa designa o sistema por Conformable Ultrasound Sonophoresis Patch (cUSP), inserido num hidrogel que adere à pele do utilizador. No interior do adesivo encontram-se quatro transdutores ligados por fios de cobre para conduzir eletricidade.

Por cima de cada transdutor existe uma cavidade que contém as moléculas do fármaco dissolvidas em líquido. Quando recebem energia, vibram e criam bolhas no líquido, o que, por sua vez, cria microjatos de fluído que disparam através da camada exterior resistente da pele.

Os investigadores testaram o sistema em amostras de pele de porco, fornecendo um tipo de vitamina B chamada niacinamida, utilizada em protetores solares e hidratantes. Verificaram que o cUSP foi capaz de enviar 26 vezes mais moléculas da substância através da pele do que um adesivo sem o auxílio de ultra-som.

Também compararam o cUSP com outro método emergente de administração indolor de fármacos – os pensos de microagulhas, que contêm minúsculas partículas liofilizadas de um fármaco que penetram na pele e se dissolvem.

O adesivo de ultra-sons foi capaz de administrar a sua carga de niacinamida em 30 minutos, enquanto o adesivo de microagulhas demorou seis horas a administrar a mesma quantidade.

Os investigadores afirmam que esta técnica pode ser particularmente útil para administrar medicamentos para tratar doenças da pele – como queimaduras -, cancro da pele ou sintomas de envelhecimento.

Com um maior aperfeiçoamento, o sistema poderá enviar cargas mais profundas para atingir a corrente sanguínea – como o fentanil -, ou hormonas – como a insulina ou a progesterona. Pode mesmo vir a ajudar a aplicar tatuagens sem dor.

“A facilidade de utilização e a elevada capacidade de repetição oferecidas por este sistema constituem uma alternativa inovadora para os doentes e consumidores que sofrem de doenças de pele e de envelhecimento prematuro da pele”, afirmou Canan Dagdeviren, autor sénior do estudo.

“A administração de medicamentos desta forma pode oferecer menos toxicidade sistémica e é mais local, confortável e controlável”, concluiu.

ZAP //

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