A CMVM deliberou a suspensão de negociações das ações da Mota-Engil, SGPS, SA, depois de as ações da construtora liderada por Gonçalo Moura Martins estarem a cair 21,64% para 1,13 euros.
Em comunicado oficial, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários anunciou a decisão à espera da “divulgação de informação relevante sobre o emitente”.
“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) informa que, nos termos do artigo 214.º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213.º do Código dos Valores Mobiliários, deliberou suspender a negociação em mercado regulamentado dos valores mobiliários emitidos pela Mota-Engil, SGPS, S.A..”, lê-se no comunicado.
Segundo a alínea b) do n.º 2 do artigo 213.º do Código dos Valores Mobiliários, a CMVM pode suspender a negociação de ações sempre que “ocorram circunstâncias suscetíveis de, com razoável grau de probabilidade, perturbar o regular desenvolvimento da negociação“.
Segundo o artigo 214.º do mesmo Código, a CMVM pode “ordenar à entidade gestora de mercado regulamentado ou de sistema de negociação multilateral que proceda à exclusão de instrumentos financeiros da negociação quando comprovar a violação das leis ou regulamentos aplicáveis”.
As dificuldades da subsidiária africana, que levaram mesmo à saída da bolsa de Amesterdão, aumentaram as dúvidas em relação à empresa portuguesa de construção e estão a afastar os investidores. A desvalorização desta segunda-feira chegou aos 20%, levando os títulos ao seu valor mais baixo dos últimos doze meses.
Num esclarecimento enviado ao mercado, a Mota-Engil refere que “desconhece qualquer facto que possa minimamente justificar o comportamento da cotação da sua ação”.
O grupo reiterou ainda que na atividade da engenharia e construção a estratégia passa pela “alienação de ativos com nível elevado de maturidade (nomeadamente nos segmentos das concessões de transporte e logística) e que tem sido efetuada com reconhecido sucesso.
Desde novembro do ano passado, a Mota-Engil já perdeu cerca de metade do valor total na bolsa de Lisboa.
ZAP