Acidente no Rali de Guimarães vai ser investigado pelo Ministério Público

DR Vitor Fernandes / TVI

O Renault Clio de Hélder Macedo e Marco Mota   que se despistou no Rali Sprint de Guimarães provocando a morte de 3 pessoas

O Renault Clio de Hélder Macedo e Marco Mota que se despistou no Rali Sprint de Guimarães provocando a morte de 3 pessoas

O acidente que vitimou este domingo 3 pessoas durante o 1º Rali Sprint de Guimarães vai ser investigado pelo Ministério Público, adiantou no local a GNR, mas a organização da prova garante que estavam cumpridos todos os critérios de segurança.

Em declarações aos jornalistas no local do acidente, na Rampa da Penha, freguesia de Calvo, o responsável da sala de situação da GNR, capitão Adelino Silva, apontou ser “ainda prematuro” apontar culpas no acidente, que além de três mortos, provocou ainda dois feridos graves e três ligeiros.

“É prematuro tecer algum comentário de culpabilidade do que aconteceu” pelo que, adiantou, “tudo irá ser averiguado em sede de inquérito” e “todos os factos irão ser comunicados ao Ministério Público que, em sede disso, pedirá novas diligências processuais”, garantiu.

Versões contraditórias

O despiste deste domingo no Rali Sprint de Guimarães resultou no atropelamento de 8 pessoas, provocando a morte de dois rapazes de 8 e 13 anos e uma mulher de 50.

As circunstâncias nas quais se deu o despiste não são ainda claras havendo mesmo informações contraditórias quanto ao local onde estavam as 8 pessoas vítimas deste acidente.

O segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, Joaquim Oliveira, apontou que as vítimas estariam num talude quando foram colhidas, enquanto o diretor da prova relatou que estariam “na berma” da estrada, a caminho do local da prova.

Segundo o diretor da prova, Eduardo Crespo, o acidente deu-se quando o carro 46, o Renault Clio de Hélder Macedo e Marco Mota, se despistou “depois das células da tomada de tempos e embateu contra pessoas que iriam a passar para ver o rali”.

No entanto, o responsável no local dos bombeiros vimaranenses apontou que estariam num outro local: “Tanto quanto entendo estavam em cima de um talude”, afirmou.

Se o local era, ou não, seguro para estar é outra questão na qual há opiniões díspares.

Eduardo Crespo afirmou que o local “não estava vedado mas as pessoas tinham informação que era perigoso estar ali”.

“Penso que estariam numa posição de segurança”, referiu Joaquim Oliveira.

Segurança e meios de socorro

Quanto à segurança e meios de apoio envolvidos na prova, bombeiros, GNR e organização concordam que “estavam reunidas todas as condições de segurança” exigidas para um evento desta natureza mas reconhecem ser difícil antever certo tipo de cenários.

“Todos os meios e situações foram equacionadas mas perante um cenário desta envergadura todo planeamento fica um pouco assim sem sustentação em virtude de nunca sabermos o que poderá acontecer“, explicou o responsável da GNR.

Segundo Joaquim Oliveira, “os primeiros socorros foram dados por uma enfermeira do público” mas os restantes meios não demoraram a chegar ao local já que “se encontravam mobilizados”.

O operacional dos bombeiros relatou ainda que duas vítimas já estavam mortas quando o socorro chegou mas que ainda foram realizadas manobras de suporte básico de vida “mas sem sucesso” à outra vítima mortal.

Na operação de socorro, disse, “estiveram envolvidas 7 viaturas de urgência e viaturas de desencarceramento”.

Segundo disse à Lusa um fonte junto da prova, os pilotos que corriam no rali estavam a prestar uma homenagem a um colega falecido num acidente numa prova anterior.

“Corriam com a fotografia do colega no vidro do carro”, disse.

/Lusa

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