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Abacates contêm substância que pode ajudar a combater a leucemia

Um composto presente no abacate pode, em última análise, oferecer uma rota para um melhor tratamento da leucemia, refere um novo estudo da Universidade de Guelph.

O composto tem como alvo uma enzima que os cientistas identificaram pela primeira vez como sendo crítica para o crescimento das células cancerígenas, referiu Paul Spagnuolo, do Departamento de Ciência dos Alimentos.

A equipe do professor Spagnuolo demonstrou que a avocatina B, uma substância extraída dos abacates, é, sobretudo, eficaz no tratamento da leucemia mieloide aguda.

A substância atua diretamente na raiz da doença, as “células-tronco da leucemia”, um alvo para o qual existem poucos tratamentos disponíveis. A leucemia mieloide aguda é devastadora, levando à morte cerca de 90% dos adultos com mais de 65 anos acometidos pela doença.

As células de leucemia têm maiores quantidades de uma enzima chamada VLCAD envolvida no seu metabolismo, disse Spagnuolo.

“A célula depende dessa via para sobreviver”, acrescenta o especialista, explicando que o composto é um provável candidato à terapia medicamentosa. “Esta é a primeira vez que o VLCAD foi identificado como um alvo em qualquer cancro”.

A equipa examinou compostos nutracêuticos entre vários compostos, em busca de qualquer substância que pudesse inibir a enzima. “O melhor era derivado do abacate”, afirmou Spagnuolo, citado pelo Eurekalert.

Anteriormente, o laboratório examinou a abacatina B, uma molécula de gordura encontrada apenas em abacates, para uso potencial na prevenção da diabetes e no controlo da obesidade. Agora, a equipa está ansiosa por usá-la em pacientes com leucemia.

“Tem havido um esforço para encontrar drogas menos tóxicas que possam ser usadas”, pode ler-se no estudo, que foi publicado na revista Blood a 15 de março.

Contudo, para já, ainda serão necessários muitos testes antes da substância extraída do abacate poder chegar às farmácias.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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