Quinze de novembro de 2022. Esta é a data em que a Terra vai atingir a marca de 8 mil milhões de habitantes, segundo estimativa feita pelas Nações Unidas.
As Nações Unidas marcaram o Dia Mundial da População, a 11 de julho, com um alerta: ainda este ano, a 15 de novembro de 2022, nascerá o habitante número 8 mil milhões da Terra.
Segundo as previsões da ONU, a população mundial será de 8,5 mil milhões de pessoas em 2030, e de 9,7 mil milhões em 2050.
Os dados fazem parte da estimativa oficial da ONU publicada na 27ª edição do relatório Perspectivas da População Mundial 2022, divulgado esta segunda-feira.
Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, um mundo com oito mil milhões de pessoas são “oito mil milhões de oportunidades para viver vidas dignas e realizadas”.
Em contrapartida, Guterres salienta que vivemos ainda num mundo com grandes desigualdades, com destaque para os ataques aos direitos das mulheres, incluindo nos serviços essenciais de saúde
Segundo os dados da ONU, desde meados do século 20, o mundo registou um crescimento populacional sem precedentes. A população mundial mais do que triplicou de tamanho entre 1950 e 2020.
Já no próximo ano, a Índia deve ultrapassar a China como país mais populoso do planeta. Ambos os países têm já atualmente cerca de 1,4 mil milhões de habitantes.
A China tem mais cerca de 14 milhões de pessoas que a Índia, e poderá observar um declínio da sua população a partir do ano que vem.
Um dos principais fatores na origem do aumento populacional dos últimos anos é que estamos a viver mais mais. A esperança de vida global tem subido nas últimas décadas.
Em 2019, a esperança de vida no mundo era de 72,8 anos — um aumento de quase nove anos em comparação com 1990. Segundo a ONU, essa expectativa deve continuar a subir, devendo atingir os 77,2 anos em 2050.
Em todo o mundo, o número de mortes em relação ao tamanho da população tem vindo a diminuir desde a década de 1950. Nas próximas décadas, as projeções das Nações Unidas prevêem uma diminuição gradual contínua nas taxas de mortalidade específicas por idade.
Apesar do aumento populacional, a taxa de fecundidade — o número médio de filhos que cada mulher — tem vindo a cair em todo o mundo.
Em 2021, cada mulher dava à luz em média 2,3 crianças, em comparação com cinco em 1950. A expectativa é de que a taxa mundial de fecundidade caia ainda mais, atingindo os 2,1 até 2050.
A população mundial continua a crescer, mas a um ritmo menos acelerado do que no passado. Em 2020, o aumento da população caiu para um ritmo abaixo de 1% pela primeira vez desde 1950.
O relatório da ONU indica que a população mundial atingirá um pico de 10,4 mil milhões em 2080 e que esse patamar ficará estável até 2100, devendo então começar a cair.
Algumas regiões do planeta — como América Latina e Caraíbas, Europa, América do Norte, Leste e Sudeste da Ásia e Ásia Central e do Sul — devem atingir o tamanho máximo das suas populações antes de 2100, entrando num processo de declínio populacional antes de o século terminar.
A ONU atribui grande parte do crescimento populacional previsto para 2050 à atual estrutura etária da população, considerada jovem.
Mesmo que os governos venham a implementar programas para tentar reduzir a taxa de fertilidade, a população continuará a crescer — devido à estrutura herdada do passado, diz o relatório.