A sonda japonesa SLIM, da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) está viva, depois de ter sobrevivido à segunda noite lunar.
A SLIM sobreviveu às temperaturas geladas da sua segunda noite lunar, que dura duas semanas terrestres, e transmitiu novas imagens.
O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pela agência espacial japonesa JAXA.
“Recebemos uma resposta da SLIM ontem [quarta-feira] à noite e confirmámos ter completado com êxito a sua segunda noite na Lua“, declarou a Jaxa, no perfil na rede social X/Twitter dedicado ao módulo, que aterrou na Lua a 19 de janeiro.
“A câmara de navegação apressou-se a tirar as habituais fotografias de paisagens durante um curto período”, acrescentou a JAXA, que também publicou uma fotografia a preto e branco da superfície rochosa de uma cratera lunar tirada pela sonda.
Last night, we received a response from #SLIM, confirming that the spacecraft made it through the lunar night for the second time! Since the sun was still high and the equipment was still hot, we only took some shots of the usual scenery with the navigation camera. #GoodAfterMoon pic.twitter.com/5BjIr7vxMG
— 小型月着陸実証機SLIM (@SLIM_JAXA) March 28, 2024
A agência indicou que os dados recolhidos mostram também que alguns dos sensores de temperatura e células de bateria da SLIM estão a começar a falhar, mas que as funções principais parecem estar a aguentar-se.
Este é o segundo despertar da SLIM (Smart Lander for Investigating Moon), que completou com êxito uma aterragem lunar de precisão a 19 de janeiro, tornando o Japão o quinto país a aterrar no satélite natural da Terra, depois dos Estados Unidos, da antiga União Soviética, da China e da Índia.
No entanto, devido a um problema no motor nas últimas dezenas de metros da descida, a SLIM aterrou num ângulo que privou as células fotovoltaicas, viradas para oeste, de luz solar.
Depois de um período inicial de inatividade de cerca de dez dias e um primeiro despertar, a SLIM foi colocada em hibernação e sobreviveu à primeira noite lunar, antes de voltar a dormir no início de março.
A SLIM aterrou numa pequena cratera, com menos de 300 metros de diâmetro, chamada Shioli. Antes de ser desligada, a nave pôde descarregar dois mini-rovers (veículos de exploração lunar), que deviam efetuar análises de rochas da estrutura interna da Lua (o manto lunar), sobre as quais ainda se sabe muito pouco.
Uma outra sonda, a Odysseus, enviada pela empresa privada norte-americana Intuitive Machines, também conseguiu aterrar na Lua no final de fevereiro. No entanto, a empresa, que inicialmente esperava reativá-la após a noite lunar, anunciou no sábado o encerramento definitivo da sonda.
A Odysseus foi a sonda que aterrou mais a sul na Lua, uma zona de particular interesse para as grandes potências porque contém água sob a forma de gelo.
A agência espacial norte-americana NASA espera retomar os voos tripulados à Lua no âmbito do programa Artemis.
ZAP // Lusa