Provavelmente ainda estamos a décadas de distância de colocar humanos na superfície de Marte. Este mês, a NASA divulgou um rascunho de um novo workshop de alto nível que esboça cimo uma missão de 30 dias no Planeta Vermelho pode acontecer.
Nunca é demasiado cedo para começar a preparar o próximo passo histórico no legado da exploração humana do espaço profundo — e a NASA já tem planos concretos para levar o Homem a Marte.
No plano da agência espacial norte-americana para uma estadia de um mês no Planeta Vermelho ganha importância primordial o papel de uma nova nave espacial que não só transporta os astronautas, mas que serve também de habitat em Marte.
De acordo com a Interesting Engineering, tal nave usará um foguete híbrido que junta a propulsão química e elétrica.
O projeto da NASA coloca duas pessoas em órbita, enquanto outros dois astronautas descem à superfície num veículo terrestre de 25 toneladas.
Segundo a agência espacial, os astronautas vão precisar de tempo para se adaptarem à atmosfera de Marte.
O projeto identifica 50 pontos cruciais em quatro grandes categorias para a exploração humana em geral — incluindo um passo intermédio com infraestruturas na Lua e Marte.
“O feedback que recebemos sobre os objetivos que identificámos informará os nossos planos de exploração na Lua e em Marte para os próximos 20 anos“, disse a Administradora Adjunta da NASA, Pam Melroy, no post do blogue da NASA.
“Estamos a procurar internamente na NASA e junto de partes interessadas externas para nos ajudar a afinar estes objetivos e a sermos o mais transparentes possível ao longo de todo o nosso processo”.
“Com esta abordagem, encontraremos potenciais lacunas na nossa arquitetura, bem como áreas onde os nossos objetivos se alinham com os da indústria e parceiros internacionais para colaboração futura”, acrescentou Melroy.
O esboço de uma futura missão a Marte foi montado por Kurt “Spuds” Vogel, diretor de arquitetura espacial da NASA. Segundo Vogel, dois membros da tripulação poderiam sobreviver dentro de um rover pressurizado que poderia funcionar como habitat e veículo de exploração — permitindo atingir objetivos científicos críticos.
“O nosso pressuposto é que a tripulação será descondicionada“, disse Vogel durante o workshop da NASA. A agência “precisará de tanto tempo para se adaptar à gravidade parcial, acrescentou.
A superfície de Marte tem apenas cerca de um terço da gravidade que experimentamos na Terra.
Somado ao tempo de trânsito de e para a Terra, uma futura missão à superfície de Marte e de regresso poderia levardois dos nossos anos — mas poderia também implicar um longo período de 500 dias à superfície, o que poderia significar quase 1000 dias de distância do nosso planeta azul quente para futuros astronautas — num futuro não muito distante.
Para além das óbvias tensões psicológicas de estar longe da Terra e num planeta completamente diferente, as necessidades logísticas e financeiras de longas estadias em mundos alienígenas podem revelar-se demasiado difíceis de gerir.
Pelo menos, ao que parece, na nossa primeira viagem ao Planeta Vermelho.