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A menina refugiada que se tornou top model nos EUA ajuda agora as crianças da terra natal

(dr) BBC

Mari Malek foi para os Estados Unidos em criança, como refugiada. Agora usa o seu estatuto de supermodelo para ajudar as crianças do Sudão do Sul

Mari Malek foi para os Estados Unidos em criança, como refugiada. Agora usa o seu estatuto de supermodelo para ajudar as crianças do Sudão do Sul

Mari Malek é uma top model, DJ e actriz radicada em Nova York. E é também uma refugiada do Sudão do Sul.

A supermodelo Mari Malek nasceu em Wau, no Sudão do Sul, numa família com cerca de 20 crianças. O pai foi ministro das finanças do país, a mãe era enfermeira. Em plena guerra civil, a mãe abriu as portas da casa da família, e transformou-a em santuário para quem buscava refúgio.

Quando a violência que assolou o país se concentrou na região em que viviam, a mãe levou Mari e duas irmãs para um campo de refugiados no Egipto. Quatro anos mais tarde, ainda criança, conseguiu autorização para entrar nos Estados Unidos.

Eu era a criança estranha: alta, negra, de onde é que veio? Quem é ela? Tinha dificuldade em expressar-me, porque não sabia falar inglês”, conta Mari Malek à BBC.

Depois de passar por uma série de dificuldades, tornou-se uma top model de sucesso, mas diz não ter esquecido o seu passado. “Queria poder ajudar toda a gente, mas não consigo. Ver crianças a sofrer assim parte-me coração”, diz Mari .

Mari criou uma ONG dedicada à educação infantil no Sudão do Sul, a Stand for Education. O seu trabalho voluntário levou-a às Nações Unidas, e rendeu-lhe elogios do ex-presidente norte-americano Barack Obama.

“De onde venho, o Sudão do Sul, somos muito fortes e resilientes. Estamos em guerra há quatro décadas e continuamos a resistir, a sobreviver, a viver. Isso está no meu sangue”. No auge de uma violenta guerra civil, o Sudão do Sul é o país em todo o mundo de onde saíram mais refugiados em 2016.

O ano passado, o país juntou-se à Síria, Afeganistão e Somália no grupo de países com mais de um milhão de refugiados. O número total de pessoas deslocadas alcança 1,8 milhões. Desde o início da guerra civil, em dezembro de 2013, mais de 1,17 milhões de pessoas procuraram refúgio nos países vizinhos como o Uganda, Etiópia e Quénia.

ZAP // BBC / Vice

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