A maior erupção vulcânica da atual era geológica – o Holoceno – aconteceu há mais de sete mil anos.
Há 7.300 anos, perto da costa sul do Japão, ocorreu debaixo de água a maior erupção vulcânica de que há registo no Holoceno, era geológica que começou há cerca de 11.700 anos e continua até os dias de hoje.
A erupção de Kikai-Akahoya superou em três vezes a quantidade de material da famosa erupção do Monte Tambora, em 1815, que deixou 1816 sem verão.
O evento vulcânico teve origem numa caldeira, agora submersa, perto de Kyushu, uma das principais ilhas do Japão.
As devastadoras consequências da erupção para os humanos residentes nas ilhas próximas foram agora documentadas por geólogos e arqueólogos, num estudo publicado recentemente no Journal of Volcanology and Geothermal Research.
Apesar dos desafios em avaliar a magnitude das erupções submarinas mais antigas – devido à dificuldade de acesso e à presença de depósitos vulcânicos no leito marinho -, esta a investigação pôde concluir que a erupção de Kikai-Akahoya expeliu um “impressionante” volume de mais de 300 quilómetros cúbicos de material.
Como detalha a New Scientist, os investigadores recolheram depósitos do fundo do mar usando um robô de perfuração controlado remotamente e retiraram amostras do núcleo da rocha abaixo, identificando uma camada que continha vidro vulcânico distintivo.
Os dados permitiram-lhes isolar a camada vulcânica do levantamento sísmico e calcular o volume total de material que o vulcão produziu. A análise desses depósitos indicou que a explosão foi uma das maiores erupções da atual época geológica – o Holoceno, que começou há 11.700 anos.
Contudo, esta erupção fica muito aquém da do supervulcão Toba, há 74.000 anos, no Pleistoceno, que libertou 2.500 quilómetros cúbicos de magma.
Embora a probabilidade de uma erupção ocorrer na caldeira de Kikai-Akahoya num futuro próximo seja baixa, os cientistas alertam que a existência de uma enorme câmara de magma nas profundezas representa um risco permanente.
