A força da “força forte” foi medida com mais precisão do que nunca

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Um grupo de cientistas fez história, ao medir a força forte com uma precisão inédita, reduzindo a incerteza para 0,8%. É uma descoberta com um grande significado, principalmente, devido à natureza complexa deste tipo de força – que é fundamental para teorias como o “decaimento do vácuo”, que poderia, teoricamente, levar à destruição do universo.

As quatro forças fundamentais da natureza são a gravitacional, eletromagnética, fraca e forte.

A força gravitacional atua entre massas e é descrita pela Teoria da Relatividade de Einstein. É a força que nos mantém ligados à Terra e responsável pelo movimento dos planetas ao redor do Sol.

A força eletromagnética atua entre partículas carregadas e é muito mais forte que a gravidade. É responsável por praticamente todas as forças que experimentamos no dia a dia, que não são gravitacionais, como o toque, a fricção…

A força fraca (ou nuclear fraca) é responsável por processos como o decaimento radioativo. A força fraca atua em distâncias subatómicas e tem importância crucial em processos que ocorrem dentro dos núcleos atómicos.

Já a força forte (ou nuclear forte) mantém os quarks unidos dentro de protões e neutrões e mantém os próprios protões e neutrões unidos no núcleo dos átomos. É, como o nome indica, a força mais forte conhecida na natureza.

Medição revolucionária

Investigadores do laboratório de física de partículas CERN, em Genebra, na Suíça, estabeleceram um avanço significativo na compreensão da força forte.

A equipa conseguiu medir a força forte com uma precisão nunca antes alcançada, reduzindo a incerteza relativa da sua intensidade para 0,8%.

A força forte é notória por se tornar mais intensa à medida que as partículas se aproximam, ao contrário das outras forças fundamentais como a gravidade e o eletromagnetismo.

Este fenómeno tem dificultado medições diretas, tornando o avanço atual particularmente significativo. “A única forma de observarmos a força forte é de maneira indireta”, explicou Stefano Camarda, um dos pesquisadores envolvidos, citado pela New Scientist.

A medição foi realizada através do embate de pares de protões que ofereceu pistas sobre a magnitude da força forte, fundamental para compreender não apenas o modelo padrão da física de partículas, mas principalmente o eventual destino final do universo.

A força forte é crucial para teorias que especulam sobre o “decaimento do vácuo”, um fenómeno em que uma bolha de espaço-tempo anormal poderia, teoricamente, consumir todo o cosmos.

ZAP //

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