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Autoeuropa vai despedir 100 trabalhadores

Mário Cruz / Lusa

Vai haver uma centena deespedimentos na fábrica da Auroeuopa, em Palmela. Além disso, a fábrica de automóveis da Volkswagen informou que vai aplicar o regime de lay-off, durante a paragem de produção de nove semanas.

De acordo com o Jornal Económico, a Autoeuropa – que esta segunda-feira suspendeu a produção –  tem a intenção de despedir 100 trabalhadores temporários.

A informação terá sido adiantada pela Comissão de Trabalhadores (CT) da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal.

Entretanto, a Federação Intersindical Fiequimetal já pediu uma reunião de urgência à administração da Autoeuropa.

Em declarações à rádio Antena 1, Rogério Silva, dirigente sindical da Fiequimetal, pediu uma intervenção urgente do Governo: “estamos a tomar medidas junto do Governo para que o Ministério do Trabalho intervenha neste processo”.

“A falta de componentes – que não é situação nova – não é responsabilidade dos trabalhadores. Os trabalhadores da Autoeuropa não têm a responsabilidade por acontecimentos relacionados com o ambiente [cheias, neste caso] para estarem a ser prejudicados e penalizados seja nos salários seja na perda o emprego“, disse Rogério Silva.

“A Autoeuropa e outras empresas tiveram lucros nos últimos anos de milhões de euros, têm um discurso que tanto apregoam de “socialmente responsáveis”. No período da pandemia beneficiaram de milhões e milhões de euros com o lay-off simplificado. Estão em perfeitas condições de assumir não só os postos de trabalho como o salário por inteiro de todos os trabalhadores”, acrescentou.

Lay-off, de novo

A CT tinha revelado, esta quinta-feira, que a Autoeuropa vai fazer uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, estando prevista a aplicação do lay-off nesse período.

De acordo com a Comissão de Trabalhadores da fábrica, a administração da empresa informou hoje que “irá haver uma paragem de nove semanas”, de 11 de setembro a 12 de novembro, mas admite que “esse período poderá ser reduzido com o evoluir da solução do problema”.

Por outro lado, a administração da Autoeuropa, que inicialmente tinha anunciado uma paragem de seis semanas, informou também a CT que “irá aplicar o lay-off” durante as nove semanas de paragem de produção.

O ‘lay-off’ é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes – o caso – ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade económica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.

No comunicado, a CT da Autoeuropa adianta que está já marcada para 4 e 5 de setembro uma reunião com a empresa “para discutir as condições financeiras do lay-off“.

Na origem da paragem de produção da Autoeuropa, que também deverá ter impacto em cerca de duas dezenas de empresas do parque industrial que são fornecedoras da fábrica de automóveis de Palmela, está a falta de peças essenciais à construção de motores, que são produzidas por um fornecedor na Eslovénia.

Essa empresa eslovena, segundo a Autoeuropa, foi “severamente afetada” pelas cheias que ocorreram naquele país no passado mês de agosto.

ZAP // Lusa

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