A Comissão Europeia terá imposto a venda do Banif ao Santander quando ainda decorria o concurso para a alienação do banco através das condições colocadas – que o banco fosse vendido a uma instituição a operar em Portugal, três vezes maior -, cumpridas apenas pelo Santander.
Miguel Barbosa e Issufa Ahmad, os dois gestores indicados pelo Estado para o conselho de administração do Banif, terão enviado a 15 de dezembro um email aos restantes administradores da equipa de Jorge Tomé, então presidente do banco, com as instruções relativamente à venda do banco transmitidas ao secretário de Estado das Finanças pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia (DGCom).
De acordo com a mensagem, a alienação do banco – cujo concurso terminava a 18 de dezembro – teria de respeitar determinadas condições, nomeadamente a venda a uma instituição a operar em Portugal e cuja dimensão fosse três vezes superior à do Banif, sendo que o organismo comprador não poderia beneficiar de auxílio estatal.
O Público refere que, na prática, e apesar da missiva dos administradores nomeados pelo Estado não referir o Santander, apenas Santander e BPI cumpriam, em Portugal, as condições estipuladas pela Comissão Europeia, que garante não ter tido intervenção na venda do banco mas que terá feito, alegadamente, várias manobras de bastidores.
O BPI, no entanto, não foi convidado a apresentar uma oferta de compra do Banif.
A 20 de dezembro, o Banif acabaria por ser vendido ao Santander, já nacionalizado, por 150 milhões de euros, num processo que o ex-presidente do Banif, Jorge Tomé, considera “cheio de estranhezas” e “dúvidas legais”. “Por um lado, o Banco de Portugal lançou o concurso de venda mas por outro parece, estava a preparar a resolução“, declarou.
O ex-presidente do Banif diz ainda ter dúvidas sobre quem quis a resolução do banco, alegando que “A Direção Geral da Concorrência a 20 de dezembro legalmente não podia fazer nada ao Banif e não tinha competência para o resolver”, afirmou.
Jorge Tomé defende que se passou com o banco foi uma “liquidação forçada”, considerando que a proposta do Santander Totta de compra dos ativos do banco poderia ter sido melhor.
A Comissão de Inquérito ao Banif toma posse no dia 3 de fevereiro.
Santander Totta descobriu “situações” inesperadas no Banif
O presidente do Banco Santander Totta, Vieira Monteiro, revelou esta quarta-feira que foram detetadas “situações” inesperadas no balanço do Banif.
Durante a conferência de imprensa de de apresentação das contas de 2015 do Santander Totta, sem especificar estas situações, afirmou que se fossem conhecidas na altura da compra poderiam mesmo ter retirado o interesse na operação.
“Houve certas situações que, se calhar, se soubéssemos nem sequer teríamos apresentado a proposta”, declarou, reservando mais detalhes para “a altura certa”.
Questionado se havia situações criminais no Banif, o responsável disse que esse tipo de questões teria que ser averiguado pelas autoridades. “Situações criminais ou não criminais, isso, caberá às autoridades atuar. Nós não fazemos este tipo de coisas”, disse.
“Durante muitos anos o banco apresentou prejuízos sistematicamente, e quando chegamos à situação em que as autoridades tiveram que intervir, não foi por acaso”, afirmou o presidente do Santander Totta durante a conferência de imprensa.
ZAP
Já não percebo que raio de UE é esta, mas ainda existe soberania nacional?
É uma palhaçada. A UE devia preocupar-se com condições iguais para todos.
andaram pedindo fora e gastando em mordomias sacrificando quem toda vida trabalhou roubando nossos salário para eles terem tudo..arre..basta de pouca vergonha