Astrónomos da Universidade de Pequim descobriram “a supernova mais luminosa jamais encontrada”, com “mais do dobro da luminosidade que qualquer supernova já relatada”.
Um objecto a 3,8 mil milhões de anos-luz da Terra está a causar espanto entre os astrónomos de todo o mundo.
Num artigo publicado na revista Science, a supernova ASASSN-15lh é descrita como sendo “200 vezes mais potente do que a explosão típica destes corpos celestes, entre os mais brilhantes no Universo, e desafia o modelo de magnetar”.
“A ASASSN-15lh é a supernova mais potente alguma vez descoberta na história da humanidade, e o mecanismo explosivo e a fonte da potência da deflagração e da energia libertada permanecem um mistério”, sustenta um dos principais autores da descoberta, Subo Dong,
“Nenhuma teoria da física consegue verdadeiramente explicar este fenómeno”, diz o cientista, professor de astronomia na Universidade de Pequim, na China.
Os astrónomos calculam que, no pico da explosão, a intensidade luminosa libertada pela supernova equivale a cerca de 20 vezes a de centenas de milhares de estrelas da Via Láctea, galáxia onde se situa a Terra.
A ASASSN-15lh é um exemplo excecional de supernova ‘hiperluminosa‘, uma variedade rara de explosões de muito grande intensidade, provocada por certas estrelas moribundas.
A supernova em causa encontra-se numa galáxia longínqua e desconhecida, com pouca atividade, mas bastante brilhante, a cerca de 3,8 mil milhões de anos-luz da Terra, e foi detetada pela primeira vez em junho, por telescópios instalados no Chile.
Nos quatro meses seguintes à sua descoberta, tem brilhado imensamente.
Até à data, as supernovas ‘hiperluminosas’ tinham sido obervadas em galáxias pouco luminosas e de pequenas dimensões, onde as estrelas se formam muito mais rapidamente do que na Via Láctea.
A galáxia onde se localiza a ASASSN-15lh é muito maior e mais brilhante do que a Via Láctea.
Para os cientistas, este ambiente galáctico poderá explicar a ‘hiperpotência’ da supernova, através da formação de estrelas capazes de libertar enormes quantidades de energia.
Para clarificar estes e outros mistérios, os astrónomos vão agora fazer observações com o telescópio espacial Hubble.
ZAP / HypeScience