O medicamento previne o risco de contágio e pode começar a ser testado já este ano, apesar de serem vários os especialistas que não veem com bons olhos este projeto.
Portugal vai começar a usar medicamentos contra o VIH em pessoas que não têm a doença, para prevenir o aparecimento de novos casos, avança o Diário de Notícias.
O projeto-piloto, que consiste na toma de uma pílula diária, pretende testar este medicamento entre homens que tenham sexo com outros homens e que correm maiores riscos de infeção.
Um estudo recente mostrou que este tratamento pode reduzir em 86% o risco de infeção nestes tipo de grupos de risco.
Apesar dos vários estudos que comprovam o sucesso deste medicamento, há especialistas que ainda não veem com bons olhos este teste porque receiam que potencie ainda mais comportamentos de risco.
Em declarações ao jornal, o diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida, António Diniz, confirma que o projeto pode ter início já este ano na região de Lisboa, cidade na qual se registaram quase metade dos novos casos de 2015.
Caso se verifique que o projeto é viável, o tratamento preventivo pode ser alargado a outras regiões do país.
A forma como este tratamento vai ser aplicado ainda está a ser estudada mas o responsável garante que as “organizações não governamentais vão ser envolvidas neste trabalho”.
“São elas que podem aplicar os questionários de risco, encontrar as pessoas que podem ser envolvidas”, admite António Diniz.
As pessoas escolhidas para este projeto têm de tomar o medicamento sem falhas, até que deixe de se justificar, e vão ser testadas e seguidas periodicamente.
O tratamento tem de ser acompanhado de outras precauções como, por exemplo, o uso do preservativo, até porque não previnem outras doenças sexualmente transmissíveis, como a gonorreia ou a sífilis.
A profilaxia pré-exposição (PrEP), nome designado para este tratamento, está a ser avaliada a nível internacional e já está a ser aplicado em países como França ou Estados Unidos.
ZAP