De acordo com um novo estudo alemão, muitos europeus não sentem alegria no período do Natal. Pelo contrário, sentem-se desanimados e stressados, e apenas os muito religiosos são a excepção a esse padrão.
Michael Mutz, investigador da Georg-August-Universität Göttingen, na Alemanha, analisou dados em grande escala do Inquérito Social Europeu em onze países historicamente cristãos: Bélgica, Estônia, Alemanha, Hungria, Irlanda, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.
Os entrevistados revelaram quão satisfeitos estavam com as suas vidas e como classificavam o seu estado emocional em diferentes ocasiões.
Mutz comparou então as respostas dos entrevistados no período pré-Natal, de 16 a 26 de dezembro, e pós-natal, de 27 a 31 de dezembro, com as respostas de períodos em outras épocas do ano, excepto julho e agosto.
Em geral, os entrevistados mostraram significativamente menos satisfação com as suas vidas próximo do Natal, manifestando mais emoções negativas do que em outros momentos do ano.
No entanto, este não foi o caso entre os cristãos muito religiosos, que responderam que se sentiam mais positivos e contentes com a vida durante o período de preparação para o Natal.
Além disso, as pessoas com níveis mais elevados de educação ou com crianças em casa também tendiam a lidar melhor com o período de comemorações natalícias.
De acordo com Mutz, os resultados do estudo, publicado na Applied Research in Quality of Life, não mostram que os cristãos sejam completamente imunes aos efeitos “negativos” do Natal sobre as emoções das pessoas.
Na realidade, os cristãos parecem ficar apenas menos afectados do que as pessoas não religiosas.
O investigador sugere que os níveis mais baixos de satisfação com a vida e bem-estar emocional podem ser consequência das tensões envolvidas no período pré-natal – como a compra de presentes a tempo e o cumprimento de obrigações sociais.
Também a crescente cultura material de consumo, com suas preocupações financeiras relacionadas, que cercam o período festivo.
“As pessoas com filiação cristã e um forte sentimento de religiosidade celebram o Natal de forma diferente do que a maioria dos não cristãos”, diz Mutz.
“Pode-se supor que os cristãos sejam menos propensos a se deixar absorver pelo consumismo que precede os feriados”, afirma Mutz.
E o seu estado de espírito, que tal está hoje?