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Acabou o bi-partidarismo em Espanha

Ahora Madrid / Flickr

Pablo Iglesias, líder do Podemos

A vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, anunciou este domingo a vitória do Partido Popular nas eleições legislativas realizadas no país. Ao todo, o PP conseguiu eleger 121 deputados.

Logo após o anúncio, Pablo Iglesias, secretário-geral do Podemos, partido de esquerda que ficou em terceiro lugar, reafirmou que os resultados da eleições gerais em Espanha indicam “o fim do bipartidismo” e considerou como prioridade do seu partido uma reforma constitucional ampla.

Hoje nasceu uma nova Espanha. Inaugura-se uma nova etapa política no país. As forças da mudança obtiveram mais de 20% dos votos, mais de 5 milhões de votos em todo o país”, afirmou Pablo Iglesias.

O líder do Podemos fazia uma referência ao seu partido e às formações “irmãs” que apoiou, o En Comú Podem, da Catalunha, o Compromís, da Comunidade Valenciana e o En Mareas, da Galiza.

Iglesias recordou que o Podemos foi a força mais votada na Catalunha e no País Basco e a segunda mais votada em comunidades como Madrid e Galiza – em ambos os casos atrás do PP.

Com 97% dos votos escrutinados, o PP registava 121 deputados, seguido do PSOE – com 92 -, do Podemos, que estreia no parlamento com 69 deputados, e do Ciudadanos, com 40 assentos.

O líder do Podemos destacou que o PP, de Mariano Rajoy, obteve o seu pior resultado desde 1989 e o PSOE, de Pedro Sánchez, o seu pior resultado desde que há democracia em Espanha, 1977.

“Acabou-se o sistema da rotação de poder em Espanha, acabou-se o bipartidismo. Somos a única força política de âmbito estatal capaz de liderar um acordo plurinacional que respeite as forças da mudança, que os espanhóis pedem”, disse Pablo Iglesias.

Iglesias enumerou as suas prioridades: “em primeiro lugar a blindagem dos direitos sociais na constituição”, defendendo o direito à habitação contra os despejos, a saúde pública e a educação.

Também recordou como prioridade do seu programa uma reforma do sistema eleitoral, “imprescindível e inadiável”, que permita o desenvolvimento “plurinacional de Espanha” e uma moção de confiança ao governo em caso de não cumprimento do seu programa.

“Estamos a começar uma nova era política no nosso país e a nossa agenda, antes de mais, é a reforma constitucional”, disse Iglesias, ao ser questionado sobre possíveis acordos com outras formações para formar o governo ou para a votação de investidura do presidente do Governo.

ZAP / ABr

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