A construtora Soares da Costa vai abrir um processo de despedimento coletivo de cerca de 500 funcionários, justificando a decisão com a crise em Portugal e Angola.
Numa carta à Comissão de Trabalhadores assinada pelo presidente executivo, Joaquim Fitas, a empresa considera que é “inevitável o redimensionamento e reestruturação”.
São referidas as “repercussões nefastas” para a empresa da crise e a “estagnação do mercado de construção” em Portugal, assim como a quebra de receitas em Angola, principal mercado da Soares da Costa, “relacionada com a produção petrolífera”, o que fez cair o investimento público e privado.
A empresa de construção civil refere ainda que, “mais do que a envolvente externa, é o histórico recente que a conduz a esta situação”, salientando os prejuízos anuais superiores a 60 milhões de euros que tem acumulado.
Também os mercados em crescimento, afirma, têm registado um declínio nos últimos anos. Entre 2013 e 2014 o volume de negócios caiu cerca de 30%.
“A estrutura não se adaptou aos desafios e manteve-se inelástica, pesada e sem que o negócio conseguisse cobrir os pesados custos”, lê-se na carta dirigida à Comissão de Trabalhadores.
A Soares da Costa Construção tinha em janeiro deste ano cerca de 1.060 trabalhadores, de acordo com declarações de um membro da Comissão de Trabalhadores à agência Lusa.
As dificuldades da empresa têm vindo a arrastar-se há algum tempo.
Este sábado, cerca de 40 trabalhadores protestaram em frente ao Estaleiro do Norte contra atrasos nos salários e subsídio de Natal, tendo então a empresa dito que esperava fazer os pagamentos em breve, além de executar o mais rápido possível o plano de reestruturação que passava, entre outros, pela dispensa de 270 trabalhadores em situação de inatividade.
A Soares da Costa é controlada em 66,7% pela GAM Holdings, detida pelo empresário angolano António Mosquito, que entrou no capital da construtora no final de 2013, e 33,3% pela SDC – Investimentos (ex-Grupo Soares da Costa).
ZAP
Fiaram-se nos angolanos e depois…