Investigadores britânicos descobriram que algumas plantas com esta substância atraem mais rapidamente as abelhas à procura de pólen do que as plantas com um néctar normal.
A descoberta, revelada por cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, mostra que também as abelhas, quando andam à procura de pólen, são mais aliciadas por plantas que contenham cafeína, conta a BBC.
São muitas as plantas que produzem esta substância de forma natural, algumas com o objetivo de afastar animais que, sem isso, poderiam facilmente comê-las como, por exemplo, as lagartas.
Porém, o estudo dos investigadores britânicos, publicado na revista Current Biology, mostra exatamente o contrário, sobretudo no caso das abelhas.
Estes insetos não conseguem resistir ao efeito da cafeína e, por isso, se tiverem de escolher entre plantas com essa substância e plantas com um néctar vulgar, a decisão acaba por ser bastante fácil.
De acordo com a responsável pelo estudo, a tradicional teoria de que, no processo de polinização, existe uma relação de benefício mútuo, no qual o polinizador recebe uma recompensa da planta, pode não ser exatamente assim.
“Este estudo prova que a planta consegue exercer uma certa dominação sobre a abelha, como se estivesse a drogá-la”, explicou Margaret Couvillon.
De acordo com Francis Ratnieks, um dos membros da equipa de investigação, já existiam outras pesquisas que mostravam que a cafeína presente no néctar de algumas plantas melhorava a memória das abelhas para localizar uma determinada flor.
Para descobrir até onde chegam os efeitos desta substância, os cientistas colocaram duas flores artificiais na presença de várias abelhas, uma com um néctar habitual e outra com um composto semelhante à cafeína encontrada em várias plantas.
Também para conseguir o acompanhamento de cada abelha, os investigadores “colaram” uma pequena placa com um número nas costas de cada uma.
Além de voltarem muito mais rapidamente à flor com cafeína, a descoberta mais marcante foi que esta substância fazia com que as abelhas “dançassem” ainda mais.
E com isto não queremos dizer que as abelhas começaram a dançar um tango ou uma valsa. “Dança” para denominar os movimentos que estas fazem quando querem comunicar a outras abelhas a localização de uma boa fonte de néctar.
Depois da exposição à cafeína, os efeitos expementados por estes insetos também foram uma novidade.
“As abelhas que recolheram o néctar com cafeína continuaram a visitar a planta (por muitos dias), mesmo depois de esta estar vazia”, disse Couvillon à BBC.
“Os efeitos desta experiência de três horas prolongaram-se por muitos dias”, concluiu.
ZAP / BBC