A Turquia confirmou esta terça-feira uma operação terrestre no norte do Iraque em perseguição de rebeldes do partido curdo PKK, enquanto o Presidente Recep Tayyip Erdogan assegurou não permitir que o futuro do país “seja abandonado aos terroristas”.
“Não abandonámos e não abandonaremos o futuro da nação a três ou cinco terroristas”, disse Erdogan num discurso em Ancara, após trinta soldados e polícias turcos terem sido mortos nos últimos três dias na sequência de dois ataques do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Os responsáveis turcos confirmaram esta terça uma operação terrestre “de curta duração” no norte do Iraque para perseguir a guerrilha curda, na origem de um ataque no domingo onde foram mortos 16 soldados turcos.
“As forças de segurança turcas atravessaram a fronteira iraquiana no âmbito do direito de perseguição aos terroristas do PKK que organizaram os recentes ataques”, disse fonte governamental à agência noticiosa AFP.
A última incursão do exército turco em território iraquiano ocorreu em 2011. Essas incursões eram muito frequentes na década de 1990 contra as bases recuadas da rebelião curda nas montanhas.
A agência noticiosa privada Dogan precisou que dois batalhões das forças especiais participam nesta operação.
Na noite de segunda para terça-feira a aviação turca voltou a bombardear intensamente os campos do PKK no norte do Iraque após o ataque de domingo em Daglica.
Ao citar fontes militares, a Dogan referiu que os raides aéreos e os ataques das forças especiais provocaram a morte “de cerca de 100 terroristas” do PKK.
Est terça, poucas horas antes do enterro dos 16 soldados mortos no domingo em Daglica, na Anatólia, junto à fronteira com o Iraque e Irão, 14 polícias perderam a vida numa nova emboscada do PKK contra um autocarro das forças de segurança, desta vez perto da fronteira com a Arménia, Azerbaijão e Irão.
Os mortíferos confrontos desde finais de julho entre o PKK e as forças de segurança turcas comprometeram em definitivo as frágeis discussões de paz entre o governo islamita-conservador de Ancara e o grupo rebelde, iniciadas no outono de 2012.
/Lusa