Duas equipas de investigação norte-americanas estão cada vez mais perto de criar uma vacina universal contra a gripe.
Os avanços destas duas equipas, publicados nas revistas Science e Nature, comprovam que, se esta vacina chegar a ser desenvolvida, pode acabar com o problema de, anualmente, ser preciso criar novas vacinas para responder às mutações do vírus.
De acordo com a BBC, a vacina comprovou a sua eficácia em animais mas agora é necessário que esta seja testada em humanos.
Enquanto isso não acontece, os especialistas dizem que as pessoas devem continuar a receber a vacina anual porque esta continua, para já, a ser a melhor solução no combate ao vírus.
A injeção convencional tem como alvo a chamada “cabeça” da hemaglutinina (HA), uma molécula que se encontra na camada superficial do vírus.
Porém, essa é a área que mais rapidamente sofre mudanças e, por isso, é que as vacinas habituais se alteram todos os anos.
Os cientistas estão então a focar-se na outra parte da molécula, a chamada “haste”, uma vez que esta não sofre alterações de forma tão frequente.
Nos últimos anos, são várias as equipas de investigadores que têm vindo a testar potenciais candidatas desta vacina mas a dificuldade mantém-se em criar uma substância que não envolva a “cabeça” da molécula.
Segundo o professor John Oxford, um especialista em gripe da Universidade de Londres, estes avanços das equipas norte-americanas são particularmente promissores.
“É um passo gigante comparado com o que se tem vindo a fazer nos últimos tempos. A vacina teve resultados positivos em animais, não só em ratos, como em furões e macacos. E também conseguiu isso com o vírus H5N1”, afirmou.
“É um excelente trampolim para o que vem a seguir. A esperança é que esta vacina consiga cobrir pandemias ligadas ao vírus”, como é o caso da gripe das aves.
Sarah Gilbert, professora de Vacinologia na Universidade de Oxford, diz que este é “um desenvolvimento entusiasmante” mas que tem de ser testado para “perceber se funciona bem em humanos”.
“Este é o próximo passo da investigação e deverá levar vários anos. Ainda temos um longo caminho pela frente até chegar a esta vacina”, acrescentou.
ZAP / BBC