A mulher que abandonou no sábado passado o Hospital de Faro com o filho recém-nascido pouco depois do parto regressou esta quinta-feira à unidade de saúde.
A criança, a necessitar de cuidados médicos, estava internada no serviço de medicina intensiva neonatal e pediátrica da unidade de saúde.
Segundo uma fonte da instituição, a mulher e a criança apareceram no Hospital de Faro ontem à noite. De acordo com a SIC Notícias, Alexandra Patrício, de 28 anos, foi detida pela Polícia Judiciária e terá já passado a noite na cadeia prisional feminina de Odemira, devendo ser hoje chamada para um primeiro interrogatório judicial.
A pediatra de serviço na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais Maria Alfaro disse aos jornalistas que “felizmente o bebé chegou em boas condições” e que “a mãe estava muito arrependida”.
De acordo com o Correio da Manhã, devido à dependência de drogas da mãe, o bebé precisaria de acompanhamento médico permanente. Alexandra tem outro filho, de 6 anos, que lhe foi retirado pela Segurança Social há cerca de um mês, por alegados maus-tratos e falta de condições sociais, e terá fugido do hospital por medo de perder a guarda do segundo filho.
Contudo, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Albufeira ainda não foi notificada do caso do recém-nascido que no domingo foi levado do Hospital de Faro pela mãe, disse hoje à agência Lusa a presidente daquele organismo.
“Até hoje, ainda ninguém nos contactou e só depois da notificação é que poderemos intervir”, disse à Lusa Manuela Lima, sublinhando que, se a família da criança não consentir a intervenção da CPCJ, o caso é remetido para o Tribunal de Família e Menores, situação que aconteceu com o filho mais velho da mulher.
De acordo com Manuela Lima, a mãe, residente em Albufeira, não autorizou que o outro filho, hoje com 6 anos e sinalizado por aquele organismo, fosse alvo de intervenção, tendo o caso sido remetido para o tribunal em 2014, que decidiu entregar a criança aos cuidados do Refúgio Aboím Ascensão, em Faro.
Segundo aquela responsável, a intervenção da CPCJ nestes casos consiste em fazer uma avaliação económica, social e comportamental das famílias, sendo depois traçado um plano de intervenção, que tem de ser consentido pelos familiares para poder ser executado.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tinham anunciado ontem que estavam a investigar o caso.
ZAP / Lusa
Bébés nascidos desta mulher nunca serão crianças!!