A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a proceder ao controlo de pragas em árvores na cidade da Guarda. Os “responsáveis” pelas pragas são insetos afídios que sugam a seiva e causam grande fragilidade e debilidade nas árvores.
Este tipo de insetos “picadores-sugadores” afetam sobretudo Carvalhos, Tílias, Cerejeiras, entre outras espécies de árvores, e as consequências são facilmente visíveis, sendo caraterísticos os ramos secos, a queda prematura de folhas e a libertação, pelos insetos, de uma substancia colante que flui para o piso e objetos circundantes à árvore afetada.
Detetado o problema, o Município da Guarda contatou Luís Miguel Martins, docente da UTAD e Investigador do CITAB (Centro de Investigação em Tecnologias AgroAmbientais e Biológicas) no sentido de encontrarem uma solução para o controlo da praga. As ações controlo decorrem de 20 a 25 de julho, nesta cidade.
Injeções no tronco das árvores afetadas e largadas de insetos “auxiliares” são os métodos de combate. A injeção é aplicada no sistema vascular da planta, com uma substância que tem um efeito repelente nos insetos causadores da praga.
“A endoterapia é um método de tratamento mais amigo do ambiente com baixo impacto, comparativamente à pulverização convencional. Necessita de menos produto e não tem perdas pelo vento, para o solo ou para linhas de água”, assegura o investigador.
Por essas razões, o método tem pouco impacto no espaço urbano, não obriga à instalação de faixas de contenção de estacionamento, de interrupção de trânsito ou sequer “a medidas de proteção especiais em pessoas ou animais”, acrescenta.
O responsável está também a testar a utilização de “insetos auxiliares”, predadores das espécies que causam os referidos danos às árvores, com o objetivo de equilibrar as populações de insetos e evitar intervenções adicionais.
Os tratamentos são realizados em julho, após a queda das flores, designadamente das tílias, “para não perturbar a visita das abelhas”.
Estes tratamentos resultam de estudos sobre o arvoredo da Guarda, que a UTAD tem vindo a desenvolver, desde setembro de 2014, sob a coordenação de Luis Martins e que envolve a realização do inventário arbóreo, diagnóstico e acompanhamento das intervenções realizadas no arvoredo.
O investigador acredita que estes estudos são um “contributo importante para a preservação e valorização das árvores da cidade da Guarda”, mas salienta que esta investigação pode contribuir “para conhecer e ajudar a manter a Floresta Urbana em outras cidades”.
ZAP / UTAD