O maior acelerador de partículas do mundo detetou uma categoria de partículas, os pentaquarks, cuja existência tinha sido prevista há mais de 50 anos, mas nunca observada.
Os pentaquarks são formados por quarks, os constituintes fundamentais dos protões e dos neutrões, e, apesar de mais meio século de investigações experimentais, nunca antes tinham sido detetados, refere em comunicado a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), da qual Portugal é um dos países-membros.
O estudo das suas propriedades poderá, segundo o CERN, permitir uma melhor compreensão de como se forma a matéria, isto é, os protões e os neutrões, que constituem os núcleos atómicos.
Em 1964, o físico norte-americano Murray Gell-Mann revolucionou a compreensão da matéria, admitindo a existência de partículas conhecidas como quarks, o que lhe valeu o Prémio Nobel da Física em 1969.
Gell-Mann propôs a distinção entre duas categorias de partículas: os bariões, que incluem os protões e os neutrões, e os mesões.
Enquanto os bariões são formados por três quarks, os mesões são constituídos por pares de quarks e antiquarks, estando a sua massa entre a dos leptões, nos quais se encontra o eletrão, e a dos bariões. Tanto os bariões como os mesões são partículas elementares que pertencem à família dos hadrões.
De acordo com o CERN, o modelo dos quarks prevê a existência de outros estados compostos dos quarks, nomeadamente os pentaquarks, formados por quatro quarks e um antiquark, a sua antipartícula.
Contudo, até agora, nenhuma experiência tinha confirmado a existência dos pentaquarks.
A descoberta foi feita graças a um dos quatro detetores do Grande Colisionador de Hadrões (LHC, na sigla inglesa), neste caso o LHCb, que procura compreender as diferenças entre a matéria e a antimatéria, analisando certos quarks, sob ângulos diferentes.
O próximo passo dos cientistas será estudar como os quarks se mantêm unidos nos pentaquarks.
/Lusa