O regime da Coreia do Norte anunciou hoje ter libertado e deportado Merrill Newman, um cidadão norte-americano, detido a 26 de outubro, por alegados “atos hostis”, durante uma visita turística.
Merrill Newman, 85 anos, um veterano da Guerra da Coreia, natural da Califórnia, foi deportado, tendo em conta “um ponto de vista humanitário”, dado o seu “sincero arrependimento” pelo crime cometido, a sua avançada idade e estado de saúde, refere um despacho da agência noticiosa estatal norte-coreana KCNA.
A Coreia do Norte confirmou a detenção de Newman “por actos hostis”, não especificados, contra o país comunista, na semana passada, ocasião em que anunciou que o norte-americano escrevera um pedido de desculpas em que confessava os seus alegados crimes.
Newman, que sofre de problemas cardíacos, foi detido a 26 de outubro, a bordo de um avião pouco antes de partir de Pyongyang, após uma visita de dez dias ao território norte-coreano “sob o disfarce de turista”, indicou na altura a KCNA.
Segundo a agência oficial norte-coreana, Newman cometeu os crimes tanto enquanto turista como durante a sua participação na Guerra da Coreia, há 60 anos.
Washington já se congratulou com a decisão de Pyongyang de libertar Merrill Newman, que esteve detido durante mais de um mês, aproveitando para instar o regime norte-coreano a ‘repetir’ a acção, libertando outro norte-americano.
“Estamos satisfeitos com o facto de o senhor Merrill Newman ter sido autorizado a sair”, afirmou Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.
O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, que se encontra de visita oficial a Seul, também já saudou a decisão de Pyongyang de libertar um homem que nunca deveria ter sido detido.
Fonte do seu gabinete, citado pela agência noticiosa AFP, indicou que Newman se encontra actualmente em Pequim.
Joe Biden, que disse não ter tido um papel direto na libertação, falou com Newman ao telefone e ofereceu-lhe ‘boleia’ para casa a bordo do Air Force Two, mas o veterano de guerra recusou.
Saudando a “positiva decisão”, tanto Biden como Harf, aproveitaram para renovar os apelos para a libertação de outro norte-americano, Kenneth Bae.
“É positivo o que fizeram mas eles ainda têm o senhor Bae, que não tem razões para estar detido”, afirmou Joe Biden. Kenneth Bae, um operador turístico de 45 anos, foi detido no ano passado e condenado a 15 anos de trabalhos forçados por alegadamente ter tentado derrubar o governo.
O tribunal descreveu Bae, também conhecido pelo seu nome coreano Pae Jun-Ho, como um cristão evangelista militante que levou material inflamatório para o país e tentou estabelecer uma base subversiva em Rason.
/Lusa