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Investigadora portuguesa revela novo método de detecção precoce de cancro do pâncreas

NASA

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Num estudo publicado esta quarta-feira na revista Nature, a investigadora Sónia Melo demonstra que a detecção de exossomas com uma determinada proteína está relacionada com lesões malignas no pâncreas num estado inicial e que não são detectáveis por ressonância magnética.

Sónia Melo, investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, foi distinguida este ano com uma das três Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência.

O estudo revela que as células tumorais do pâncreas produzem exossomas que possuem uma proteína específica, a glypican-1 (GPC1).

A investigadora descobriu que a presença de exossomas com esta proteína no sangue permite distinguir indivíduos sem doença ou com doença benigna do pâncreas, de doentes com cancro do pâncreas.

sonia-melo / IPATIMUP

A, investigadora Sónia Melo

A, investigadora Sónia Melo

Num modelo experimental de ratinho foi possível demonstrar que a detecção de exossomas positivos para GPC1 se correlaciona com a presença de lesões pancreáticas iniciais não detectáveis por ressonância magnética.

Este estudo demonstra que a detecção de exossomas positivos para a proteína GPC1 que circulam no sangue de pacientes com cancro do pâncreas, pode ser utilizada como uma ferramenta de diagnóstico não invasiva, uma vez que os exossomas com estas características são detectados numa análise ao sangue, e como uma ferramenta para detectar fases iniciais de cancro do pâncreas.

Os exossomas são nano-vesículas produzidas por todas as células do corpo humano. Estas vesículas contêm material genético (RNA e DNA) e molecular (proteínas e lípidos) representativo das células que lhes deram origem.

Uma vez produzidos, os exossomas podem ser libertados na circulação sanguínea, chegar a órgãos distantes e alterar as células desses órgãos.

O cancro de pâncreas, um dos mais letais e difíceis de combater, é a oitava causa mais comum de mortes por cancro no mundo. Afecta homens e mulheres igualmente e é mais frequente em pessoas com idade acima dos 60 anos.

O icónico fundador da Apple, Steve Jobs, o actor americano Patrick Swayze e o actor português António Feio estão entre as vítimas famosas da doença.

ZAP / Ciência Hoje

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