Ex-chefe de unidade da PSP contra violência doméstica ameaçava de morte a mulher

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“É melhor que fujam, porque vou-vos matar” – era desta forma que um polícia do núcleo contra a violência doméstica ameaçava mulher e os sogros. O suspeito, agora em prisão domiciliária, gabava-se de ser amigo de procuradores do MP.

Um chefe da PSP, que segundo o Expresso, era chefe de uma “unidade específica de violência doméstica” foi acusado esta segunda-feira pelo Ministério Público (MP) por esse mesmo crime.

O homem de 41 anos a vida da mulher um inferno, durante mais de 10 anos; batia-lhe e ameaçava-a de morte.

Para a intimidar a vítima e desencorajá-la a fazer queixa, dizia-lhe que era amigo de procuradores do MP.

O semanário teve acesso à acusação do MP, que relata vários momentos de violência física e verbal: “Cala-te! Vê lá se queres ficar com a tromba cheia de sangue”; “Vai mas é para a cozinha que lá é o teu lugar”; “Quero-te a ti e ao menino em casa esta noite. Ou vens ou isto não correr bem! Eu mato-vos! É melhor que fujam, porque vou-vos matar!”

Os pais da vítima também eram visados nas ameaças e viviam num clima de terror, receosos que o genro concretizasse o anúncio da sua morte: “Tu e a tua família. Só merda. Tresandam ao longe. No outro dia sonhei que vos regava com gasolina. Vocês a suplicar pela vida”.

O despoletar da detenção

Como conta o Expresso, em dezembro de 2024, a vítima, que é advogada, atendeu uma cliente que se queixava de ser vítima de violência doméstica. Reencaminhou-a depois para a unidade específica de violência doméstica, que o marido chefiava, pedindo-lhe que acompanhasse o atendimento. Os dois ouviram o relato. No final, a vítima disse ao marido que via “a história deles” naquele caso.

Após um episódio em que foi vítima de agressões, finalmente ganhou força e dirigiu-se à PSP para fazer queixa.

O suspeito foi obrigado a entregar as armas, por estar de baixa psiquiátrica, mas avisou a mulher: “Mesmo que levem as armas, existem sempre as armas brancas, as facas”.

Segundo o Público, quando foi detido, o polícia já não coordenava a Resposta Integrada de Apoio à Vítima (RIAV) de violência doméstica.

O MP acusou-o agora de um crime de violência doméstica, nove crimes de ameaça, três crimes de introdução em lugar vedado ao público e um crime de ofensa à integridade física.

O suspeito permanece em prisão domiciliária sob vigilância eletrónica.

ZAP //

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