PJ abre investigação a secretário de Estado da Agricultura por suspeitas de corrupção

Em causa estão suspeitas em torno de transferências de dinheiro entre as empresas familiares das quais João Moura é sócio juntamente com a mulher.

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. Em causa estarão alegadas transferências financeiras entre empresas detidas pelo governante e pela sua mulher.

De acordo com informações apuradas pelo Correio da Manhã, as suspeitas incidem sobre negócios ligados às sociedades Quadradoaometro e Metric Memory, ambas com sede na Golegã. A primeira, dedicada à engenharia, possui um imóvel de luxo na localidade, no qual já terão sido investidos cerca de 600 mil euros. A segunda tem um objeto social vasto, que inclui desde turismo rural a comércio de produtos alimentares e têxteis.

O governante afirma ter suspendido a sua quota de 50% na Quadradoaometro antes de assumir funções, em cumprimento da lei de controlo de riqueza dos titulares de cargos políticos. No entanto, essa suspensão não foi registada oficialmente, o que, segundo especialistas, significa que Moura mantém-se legalmente como sócio efetivo.

Nos últimos meses, a PJ solicitou informações à Câmara Municipal da Golegã sobre estas sociedades. Questionado, o município confirmou que “colabora sempre com as autoridades competentes” e fornece os elementos que lhe sejam solicitados, mas recusou comentar os pedidos concretos, alegando segredo de justiça.

Nas declarações de rendimentos entregues à Entidade para a Transparência, João Moura declarou ser sócio de ambas as empresas, detendo 50% das quotas, em conjunto com a mulher. O governante tem, assim, participação direta nos negócios que estão sob escrutínio das autoridades.

Até ao momento, nem o Ministério da Agricultura nem o próprio secretário de Estado comentaram a investigação em curso. O processo encontra-se em segredo de justiça e está agora nas mãos da PJ e das autoridades judiciárias competentes.

ZAP //

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